17 municípios no Pará para todo candidato ficar de olho e gastar sola de sapato

Diante do panorama de 2018, Belém teria hoje fôlego para fazer até 14 deputados federais, ao passo que Marabá e Parauapebas fariam até 2 federais e 3 ou 4 estaduais. Confira os números

Continua depois da publicidade

As eleições estaduais — que trazem no combo a disputa para governador, deputado estadual e deputado federal — são, todos sabem, um termômetro do que vem pela frente quanto às eleições municipais. No Pará, isso é muito claro: nas eleições de 2018, os dois campeões de votos em suas respectivas categorias de deputado se tornaram prefeitos das duas maiores cidades do estado.

Edmilson Rodrigues, eleito deputado federal em 2018 com 184.042 votos, é hoje prefeito da metrópole paraense, Belém, uma das 20 cidades mais importantes do Brasil e a segunda praça financeira do Norte do país. Já Daniel Santos, eleito deputado estadual com 113.588 votos naquele ano, largou o cargo para se candidatar à Prefeitura de Ananindeua, e deu certo: atualmente é o comandante do segundo mais populoso município paraense.

E muitos candidatos em 2022 vão tentar fazer a mesma façanha: usar a escada, a vitrine e os holofotes da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em Belém, ou da Câmara dos Deputados, em Brasília, se chegarem lá, para tentarem vir com tudo e mais um pouco em 2024 nos terreiros onde tirarem mais votos. Pode não ser uma tarefa necessariamente fácil repetir o feito de sucesso de Edmilson e Daniel, mas os candidatos paraenses têm uma característica peculiar em comum: a insistência — que, diga-se de passagem, é muito diferente de persistência. O direito à insistência é quase constitucional e faz parte do folclore eleitoral.

Considerando-se que em 2018 o Pará construiu seu deputado estadual menos votado (doutor Galileu) com 14.551 votos e seu federal menos votado (Eduardo Costa) com 75.346 votos, o Blog do Zé Dudu lista aqui os 17 colégios eleitorais nos quais os candidatos devem gastar a sola do sapato atrás de votos na empreitada nada fácil de conseguir chegar à Alepa ou à Câmara Federal. E aqui, uma observação: depois da posse no cargo legislativo, o valor político do mais e do menos votado se iguala — e daí para frente é correr para aumentar ou, pelo menos, manter a base eleitoral.

Praças eleitorais

Belém, mais importante colégio eleitoral do Pará, concentra um de cada cinco eleitores paraenses. A metrópole tem fôlego para fazer sozinha de cinco a 14 deputados federais, considerando-se a mesma configuração de 2018. A capital também conseguiria formar quase a Alepa inteira se todos os seus eleitores saíssem às urnas e mirassem nos nomes que já estão lá. Mas eleição não funciona assim, e é por isso que a força do interior é tão importante para a esmagadora maioria dos candidatos.

Uma curiosidade é que, se se levar em consideração apenas os 17 municípios de maior eleitorado, há neles 390 mil “eleitores fantasmas”, que até hoje nunca apareceram para fazer o recadastramento biométrico e, portanto, estão com o título cancelado. Eles provavelmente não devem conseguir votar nestas eleições, diferentemente de 2020, quando devido à pandemia de coronavírus, a situação dos não biometrizados foi flexibilizada.

É por isso, pelo não comparecimento de uma parcela grande de eleitores para atualizar o domicílio eleitoral, que Parauapebas, por exemplo, já ostenta atualmente 10 mil eleitores a mais que Marabá. Na verdade, Marabá ainda tem portfólio de eleitores maior, porém quase 30 mil deles estão em lugar incerto e não sabido ou mesmo já faleceram, contra apenas 13 mil nessa situação em Parauapebas. Os dois, Marabá e Parauapebas, têm condições de eleger dois deputados federais, guardadas as mesmas proporções das eleições de 2018, assim como elegeriam facilmente três ou quatro nomes locais para estadual cada um.

Confira os números atualizados em 30 de abril dos 17 maiores colégios eleitorais do Pará, considerando-se eleitores biometrizados e dados inéditos do eleitorado total, contando com aqueles que tiveram o título de eleitor cancelado por não aparecerem para o recadastramento.

4 comentários em “17 municípios no Pará para todo candidato ficar de olho e gastar sola de sapato

  1. Professor Marcos Responder

    Interessante ver que o poder do Bolsonaro apenas cresce no Pará. BOLSONARO 2022

  2. Prof Márcio Responder

    Excelentes dados! Vou compartilhar no grupo político da universidade (UNIFESSPA)! E Fora Bolsonaro!!!

  3. Jarbas Responder

    Sempre disse que maraba ainda tem eleitorado maior que parauapebas. Obrigado ao blog pelos dados!!

    • Evaldo Coelho Responder

      Com certeza Parauapebas, irá eleger um candidato que seja do nosso município. Vamos ao segundo mandato com o presidente Bolsonaro. O choro e livre Prof Márcio.

Deixe seu comentário

Posts relacionados