110 mil paraenses foram internados no primeiro trimestre de 2022

Custo total de internações foi de R$ 127,5 milhões e é puxado por enfermidades causadas por vírus, bactérias e protozoários, por acidentes de trânsito e por procedimentos envolvendo parto

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Um levantamento realizado pelo Blog do Zé Dudu junto ao Ministério da Saúde mostra que 110 mil paraenses foram internados em estabelecimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) nos três primeiros meses deste ano. É como se a população de uma cidade do tamanho de Altamira tivesse ido parar nos hospitais acometida pelas mais diversas causas, que custaram R$ 127,538 milhões aos cofres públicos.

A razão mais comum de internação foi gravidez, responsável por quase 28.800 entradas nas unidades de saúde. Apesar disso, tratar das grávidas e realizar partos, ao custo de R$ 17,309 milhões, não foi o serviço mais caro para o SUS, e sim cuidar dos cerca de 12.900 enfermos por vermes, parasitas e infecções, que custaram R$ 22,587 milhões.

As vítimas nos acidentes, por seu turno, um exército de 14.100 acamados, custaram R$ 18,308 milhões ao SUS. Essas pessoas — que se envolveram em situações que vão desde envenenamentos até quedas de moto e batidas de carro, com corpos mutilados e literalmente esbagaçados — chamam atenção porque geralmente são as que mais tempo passam em média internadas na rede pública de saúde. E, também, são as que mais frequentemente vêm a óbito entre os internados.

Principais causas de internação de paraenses em 2022

1º Parto espontâneo — 11.592

2º Pneumonia — 6.666

3º Complicações da gravidez — 6.122

4º Fratura de ossos — 5.470

5º Doenças virais — 4.472

6º Doenças bacterianas — 3.032

7º Colecistite — 2.281

8º Traumas múltiplos — 2.025

9º Doenças do aparelho urinário — 2.018

10º Diarreia — 1.858

Campeãs de internações

Depois de Belém, que concentra, por razões óbvias, os serviços de saúde no Pará, as cidades que possuem hospitais regionais são receptáculos de grandes quantidades de pacientes nos estabelecimentos do SUS. Na metrópole paraense, as internações somaram 29.400 ocorrências, cerca de cinco vezes o volume registrado em Ananindeua (5.900) e Marabá (5.300) e quase seis vezes os atendimentos realizados no sistema público de saúde de Castanhal (5.000).

Curiosamente, Santarém, com pouco mais de 4.900 internações, ficou atrás de Marabá e Castanhal, mas há uma explicação: a quantidade de usuários de planos de saúde na Pérola do Tapajós, que é expressiva. O mesmo ocorre em Parauapebas, que, embora apareça com apenas 2.500 internações no SUS, possui 91.500 beneficiários de planos de saúde, mais que o triplo de Marabá, por exemplo, que possui 27 mil beneficiários. Desta forma, quem tem plano de saúde em Parauapebas — e, como se vê, são milhares — corre para a rede particular.

As cidades com os mais elevados gastos médios por paciente internado foram Belém (R$ 2.139), Santarém (R$ 1.515), Altamira (R$ 1.392), Ananindeua (R$ 1.333), Bragança (R$ 1.219), Redenção (R$ 1.175), Marabá (R$ 1.085), Breves (R$ 1.041) e Tucuruí (R$ 1.002), não por acaso, todas sedes de hospitais de porte regional. A média de gastos com internações pelo SUS no Pará foi de R$ 1.164. A cidade de Piçarra, no sul do estado, registrou o menor custeio médio, no valor de R$ 267.

Cidades com maior número de internação em 2022

1º Belém — 29.374

2º Ananindeua — 5.874

3º Marabá — 5.299

4º Castanhal — 4.971

5º Santarém — 4.945

6º Bragança — 3.301

7º Abaetetuba — 3.093

8º Altamira — 2.942

9º Parauapebas — 2.498

10º Redenção — 2.417