Vai dar match? Onça Ruana viaja da Amazônia para São Paulo para conhecer pretendente

O encontro faz parte de um intercâmbio entre instituições voltado à conservação genética da espécie ameaçada de extinção

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A onça-pintada Ruana, nascida e criada no BioParque Vale Amazônia, no sudeste do Pará, acaba de embarcar em uma importante missão: ajudar na preservação da sua espécie. A viagem, realizada por meio do programa Avião Solidário da Latam, levou a felina de Parauapebas (PA) até São Paulo, onde conhecerá um possível parceiro reprodutivo. O encontro faz parte de um intercâmbio entre instituições voltado à conservação genética da espécie ameaçada de extinção.

A viagem, que duraria ao menos dois dias por via terrestre (considerando pausas e cuidados necessários ao longo do percurso), foi concluída em cerca de 4 horas com o apoio da companhia aérea e do Ibama. A escolha do transporte aéreo garantiu mais conforto, segurança e menor estresse ao animal.

Antes de conhecer seu futuro possível companheiro – o macho Raimundinho que vive no Zoológico de São Paulo, também em São Paulo – Ruana passará por um período de quarentena e adaptação. Só então, com avaliação da equipe de biólogos e veterinários, será iniciado o processo de aproximação entre os dois.

A ação integra o Programa de Conservação e Manejo Ex Situ de Espécies Ameaçadas, uma iniciativa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB). O objetivo é garantir a diversidade genética e o manejo responsável das espécies ameaçadas fora do ambiente natural.

Ruana tem três anos e cresceu ao lado da mãe, Marília, resgatada do tráfico ilegal de animais silvestres e levada ao BioParque pelo Ibama. O irmão de Ruana, Rudá também já foi transferido para uma instituição paulista, em operação semelhante. Esses movimentos fazem parte da estratégia nacional de preservação da onça-pintada.

“Nosso trabalho vai além do cuidado com os animais silvestres: atuamos diretamente na promoção do bem-estar animal e na conservação de espécies ameaçadas ao destinar esses indivíduos a instituições que compartilham os mesmos valores. Ao oferecer uma segunda chance a filhotes cujos pais foram vítimas de maus-tratos e do tráfico de animais silvestres, possibilitamos que iniciem novas histórias, formem novos pares e contribuam para a preservação das espécies”, destaca Nereston De Camargo, médico veterinário do Bioparque Vale Amazônia.

O transporte de Ruana foi realizado pela Latam, dentro do programa Avião Solidário, que em 13 anos de atuação já beneficiou mais de 4,6 mil animais em todo o Brasil. Ruana viajou em uma caixa especial, desenvolvida para garantir sua segurança e bem-estar.

Um novo capítulo pela preservação da fauna brasileira

A reprodução em cativeiro é uma das ferramentas mais importantes para salvar espécies como a onça-pintada, que hoje figura na lista das ameaçadas de extinção. O ambiente precisa ser cuidadosamente controlado para reduzir o estresse dos animais, e o “match” entre o casal é fundamental para o sucesso reprodutivo. O processo de acasalamento é acompanhado de perto por biólogos e veterinários, garantindo que tudo ocorra com segurança e respeito ao bem-estar animal.

A gestação da onça-pintada dura entre 90 e 110 dias, geralmente resultando no nascimento de um ou dois filhotes. Na natureza, os filhotes ficam sob os cuidados da mãe até completarem cerca de dois anos – fase essencial para seu aprendizado e sobrevivência.

BioParque Vale Amazônia: um centro de referência na conservação

A Vale está presente na Amazônia há 40 anos, aliando mineração com a proteção e recuperação da floresta e o apoio às comunidades locais. A empresa ajuda conservar cerca de 1 milhão de hectares de florestas no mundo, sendo 800 mil hectares, em parceria com o ICMBio, só no bioma amazônico, uma área 5 vezes maior que a cidade de São Paulo.

Inaugurado em 1985, o BioParque Vale Amazônia está localizado na Floresta Nacional de Carajás e ocupa 30 hectares, sendo 70% de floresta nativa. O espaço abriga mais de 360 animais de 70 espécies diferentes. No local, também está localizado herbário com mais 14 mil plantas catalogadas em parceria com o Jardim Botânico de Nova York.

(Ascom Vale)

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