Tudo pronto para construção em Parauapebas da maior ciclovia do interior

Prefeitura vai “cicloviar” cidade em 6 quilômetros, da entrada do Tropical à porta do Amazônia, para garantir que 107 mil veículos automotores convivam pacificamente com 30 mil bicicletas

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Nesta quinta-feira (14), o Diário Oficial da União (DOU) trouxe o desfecho da concorrência para iniciar uma das maiores obras cicloviárias do interior do Pará. A construção dos seis quilômetros de ciclovia no trecho urbano da PA-160 entre a entrada do Bairro Tropical e a entrada do Bairro Amazônia já tem empreiteira certa: a Belmonte venceu a licitação por oferecer R$ 4.598.110,82 pela execução da obra, que foi orçada inicialmente em R$ 5.271.511,11 pela Secretaria Municipal de Obras (Semob). As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Pelo menos 11 empresas estavam no páreo do contrato milionário. Além da Belmonte, os “gatos” JM Terraplanagem, Sul Elétrica, JO Batista, Rei Engenharia, JC Projetos, Laca Engenharia, Transvias, MCS Manutenção, Spaço Incorporações e GM Engenharia disputavam centavo por centavo a construção da ciclovia, que inclui também serviços de drenagem, reconstrução de pavimento no trecho urbano da rodovia e sinalização horizontal. Há expectativa de geração de até 100 postos de trabalho com carteira assinada.

De acordo com a prefeitura, as ciclovias têm se tornado demanda recorrente em grandes centros, uma vez que a utilização de bicicletas é enxergada como uma das soluções modernas para o transporte urbano. Em parecer técnico, a Semob defende que as rotas específicas para bicicletas contribuem para redução da emissão de gases poluentes, incentivam a prática de atividades físicas e otimizam o trânsito, impactando em redução de acidentes, muitas vezes ocasionados pela disputa entre carros, motos e bicicletas por ruas e avenidas.

Em 2019, ano com dados mais recentes, 45 pessoas perderam a vida em Parauapebas em decorrência de acidentes de transporte, de acordo com o Ministério da Saúde.

107 mil veículos e 30 mil bicicletas

Apesar das inúmeras vantagens, a implementação de vias destinadas ao tráfego de bicicletas nem sempre é recebida como algo positivo por toda a população. Há quem encare as ciclovias como problema no trânsito e as acusam de não possuir finalidade real, mas, para o governo municipal, elas são indispensáveis à integração de todo o sistema viário, de forma a colaborar para o bem-estar e a segurança de transeuntes, ciclistas e condutores, além de garantir fluidez no trânsito da cidade.

Dados de novembro de 2020 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que o município de Parauapebas já contabiliza 107 mil veículos automotores em circulação, a 5ª maior frota do estado. Esses veículos disputam por vezes centímetros de espaço nas ruas com 30 mil bicicletas. Embora nos últimos anos tenha apresentado crescimento considerável na frota local, ainda há significativo contingente de modais não poluentes, em que a bicicleta se destaca como meio de deslocamento dominante para o trabalho e a escola nas camadas mais pobres da população, interligando bairros muitas vezes distantes.