Desde o início desta semana, o Hospital Geral de Parauapebas (HGP) está sem oferecer à população qualquer cirurgia eletiva, aquela que o paciente agenda para realizá-la. Os procedimentos pós-operatório também estão suspensos assim como está parcialmente parada a realização de serviços de imagem, usados em exames de radiografia, por exemplo.
Os médicos especialistas estão sem receber, inclusive o médico que conduzia o serviço de neurocirurgia do HGP, inaugurado em janeiro deste ano pela prefeitura com pompas e circunstâncias e que agora está inativo. Em funcionamento, praticamente só a emergência, o que atinge não apenas a população de Parauapebas, mas de outros municípios que recorrem ao HGP, como Curionópolis, Eldorado e Canaã dos Carajás.

O mês de julho se aproxima com risco iminente de o HGP parar totalmente. Isso porque a Prefeitura de Parauapebas não vem pagando o que deve à Associação de Saúde, Esporte, Lazer e Cultura (Aselc), organização social de saúde (OSS) responsável por gerir, operacionalizar e executar serviços de saúde no hospital, conforme o contrato de gestão renovado em 2024 e que termina no próximo dia 03 de julho.
No valor anual de R$ 177,4 milhões, o contrato estabelece o repasse de R$ 14,8 milhões mensais para a Aselc administrar e conduzir o HGP. Segundo a Assessoria de Comunicação da associação, desde o início deste ano a prefeitura somente repassa parte do valor, e agora em junho nenhum centavo havia caído na conta da Aselc até esta quinta-feira (26), o que tem aumentado a tensão no HGP diante da possibilidade de paralisação no atendimento e falta de pagamento estendida a todos os funcionários terceirizados.
A reportagem do Blog do Zé Dudu foi ao HGP, para tentar confirmar a ameaça de greve dos médicos, conforme tem sido anunciado em redes sociais e grupos de whatsApp, e foi informada que nenhum comunicado oficial chegou à diretoria até esta quinta-feira. O início da greve estaria marcado para a próxima segunda-feira (30).
Outra informação repassada ao blog é de que a prefeitura não tem atendido a diretoria do HGP e que sequer foi procurada pelo novo secretário municipal de Saúde, Luiz Veloso, que teria se limitado a enviar uma equipe à instituição.
Não é a primeira vez que a Aselc enfrenta problemas com a prefeitura por falta de pagamento. Em abril de 2024, na gestão do então prefeito Darci Lermen, a dívida somava R$ 58 milhões, valor que teria sido pago de forma parcelada nos dois meses seguintes. Com o problema se repetindo, a Assessoria de Comunicação da OSS informou que já foi enviado ofício ao Ministério Público do Estado e à própria PMP sobre a situação.
O Blog do Zé Dudu enviou e-mail à Assessoria de Comunicação (Ascom) da prefeitura, solicitando um posicionamento sobre a falta de pagamento para o funcionamento do HGP e a falta de diálogo com a diretoria do hospital, mas até às 11 horas desta sexta-feira (27) não obteve retorno, ficando o blog aberto para os devidos esclarecimentos.
Texto e foto: Hanny Amoras (Jornalista – MTb/1.294)