Febre, dor de garganta, recusa de alimentos e até de líquidos e o sintoma mais característico: bolhas nos pés, mãos e aftas. Entre os pais de crianças menores de 5 anos, especialmente aqueles que frequentam creches e ambientes com outras crianças dessa mesma faixa etária, essa doença é bem conhecida e tem um nome quase autoexplicativo: Mão-pé-boca.
Silvia de Laia é diretora de uma creche/berçário no sudeste do Pará que atende cerca de 60 crianças a partir dos quatro meses de vida. Por lá, as gripes e resfriados são comuns, e a síndrome de Mão-pé-boca é sempre uma preocupação.
“Cuidamos sempre das nossas crianças, mantendo todos os ambientes limpos, brinquedos higienizados, utensílios pessoais separados e armazenados adequadamente, mas em se tratando dos menores de 2 anos é quase impossível mantermos as mãozinhas fora da boca” comenta a diretora.
Ela fala que ao perceber os primeiros sintomas de Mão-pé-boca, já avisa a família da criança para que os cuidados sejam tomados, minimizando o sofrimento dos pequenos e para evitar a contaminação com os coleguinhas, pois a doença é altamente contagiosa.
Mas de fato, o que é a doença Mão-pé-boca? Segundo a Pediatra Izabella Sad Barra, professora da Fesar | Afya, em Redenção, o nome da síndrome se refere ao fato de as lesões aparecerem mais na boca, mãos e pés. A médica orienta que os pais não devem se desesperar, especialmente procurando a solução em tutoriais da internet, mas que busquem ajuda médica, levando em conta que “em quase 100% dos casos a doença é benigna e a cura é de forma espontânea”, explica Dra. Izabella.
O que é essa doença?
Dra. Izabella – A doença mão-pé-boca é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habita normalmente o sistema digestivo e pode provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca).
Quais os principais sintomas?
Dra. Izabella – Febre, dor de garganta, recusa de alimentos, devido às lesões vesiculares que aparecem na cavidade oral e língua, dificultando a ingestão, muitas vezes, até de água, o que pode levar à desidratação. Também aparecem lesões (bolhas) nas mãos e pés e, mais raramente, em cotovelos, tornozelos, glúteos e região genital.
Quais são as formas de contágio?
Dra. Izabella – A transmissão é fecal-oral, por secreções respiratórias, por alimentos ou objetos contaminados, de pessoa a pessoa (algum indivíduo infectado) direta ou indiretamente. A fase de maior contágio é a primeira semana dos sintomas.
Como é tratada?
Dra. Izabella – Nos casos que não evoluem mal (que são a maioria) o tratamento da síndrome mão-pé-boca é com sintomáticos (antitérmicos, anti-inflamatórios, hidratação). Se as lesões são muito extensas, impedindo a criança de se hidratar e/ou alimentar, pode ser necessário internação para administrar dieta via sonda nasogástrica. E em caso de infecção secundária, é necessário antibiótico.
Como o contágio pode ocorrer de muitas maneiras, a pediatra orienta que o contato com a pessoa (geralmente, criança) contaminada, deve ser evitado. “Mas, além disso, a família deve manter medidas de higiene reforçadas, como lavar as mãos, limpar bem superfícies e objetos, não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos; afastar as pessoas doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas, o que geralmente leva de 5 a 7 dias após início dos sintomas”, pontua a pediatra.

A médica, que além de professora na Fesar | Afya, atende no ambulatório da faculdade, relata que “em algumas épocas do ano os casos aumentam, mas sem gravidade, sempre em crianças pequenas, principalmente de 10 meses a 2 anos. As crianças atendidas por mim apresentam melhora dentro dos 5-7 dias, em uso de sintomáticos, e eu sempre oriento alimentos mais frios, pastosos e até mais doces, além de boa hidratação e a calma das famílias” finaliza Izabella.
Em Redenção, onde fica localizado o ambulatório da Fesar | Afya, o atendimento de pediatria é gratuito à comunidade, basta se dirigir ao local, munido de identidade e cartão do SUS do paciente. Os serviços funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h40, Avenida Brasil, nº 1435, Setor Alto Paraná. Para mais informações sobre os atendimentos, entre em contato pelo telefone (94) 98808-7704.
(Temple Comunicação)