A Polícia Federal coordenou, nesta quarta-feira (12), na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o painel “Plano Amas: Segurança e Soberania e a Experiência do Centro de Cooperação Internacional da Amazônia e suas Tecnologias no Combate ao Crime Ambiental”. O evento, realizado em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, reuniu autoridades e especialistas para discutir os avanços no enfrentamento aos crimes ambientais na Amazônia.
Participaram do painel o diretor da Amazônia e Meio Ambiente da PF, Humberto Freire, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Ualame Machado. A mediação ficou a cargo da delegada da Polícia Federal Virgínia Rodrigues.
Em sua apresentação, Freire destacou os progressos institucionais e operacionais da PF na proteção dos recursos naturais e no fortalecimento da governança ambiental. Ele ressaltou que o combate aos crimes ambientais é hoje uma das estratégias mais eficientes para conter o desmatamento e, consequentemente, mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
“Enfrentar os crimes ambientais é uma estratégia eficaz para reduzir o desmatamento e, reduzindo o desmatamento, conseguimos reverter os câmbios climáticos. Isso é fato”, afirmou.
Entre as iniciativas apresentadas, Humberto Freire citou o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Plano Amas) e o Programa Estratégico de Segurança Pública na Amazônia (PESPAM), que estruturam a atuação integrada das forças de segurança em toda a região amazônica.
Outro ponto enfatizado foi o avanço da cooperação internacional. A PF tem atuado em parceria com a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) na criação da Comissão Especial de Segurança, além de manter cooperação com a ALIANZA/BID e a RED JAGUAR/EUROPOL, fortalecendo a troca de informações e o combate transnacional aos crimes ambientais. Nesse contexto, Freire também destacou a implementação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia).
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, elogiou as iniciativas da PF voltadas à proteção ambiental: “Parabenizo a Polícia Federal e o diretor-geral Andrei Rodrigues pela criação da Diretoria da Amazônia. É uma inovação que mostra a presença dessa instituição, uma das mais prestigiadas do país, que tem entregado muito e agora atua na defesa de nosso patrimônio genético e histórico”.
O secretário de Segurança Pública do Pará, Ualame Fialho Machado, reforçou a importância da integração entre as forças de segurança. “O crime é organizado e atua de forma integrada. Por isso, é essencial que o Estado também trabalhe de maneira coordenada”, afirmou.
Programa Ouro Alvo
Mais cedo, no painel “Fortalecimento da Cooperação Regional contra a Mineração Ilegal de Ouro na Amazônia: a Rastreabilidade como Ferramenta Estratégica”, promovido pelo Instituto Igarapé, Humberto Freire apresentou o Programa Ouro Alvo, iniciativa que alia tecnologia e cooperação internacional para combater a cadeia de ilegalidade do ouro.
A ferramenta utiliza análises de marcas isotópicas – características únicas presentes no minério – que permitem identificar sua origem com precisão. “Temos tecnologia para ler a marca que a natureza cria. Ela é única e nos permite rastrear a origem do ouro”, explicou.
Carlos Magno, com informações da Comunicação Social da PF-PA
Jornalista – DRT/PA 2627







