O coração dos brasileiros está pedindo socorro – e não por doença de amor

Casos de AVC em jovens crescem no Brasil e colocam em evidência a necessidade de check-ups cardiológicos regulares. Ambulatório em Marabá oferece atendimento gratuito.

Continua depois da publicidade

As doenças cardiovasculares seguem como a principal causa de morte no país, com cerca de 400 mil vidas perdidas, por ano, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Em 80% dos casos, a morte poderia ser evitada por meio da prevenção. O alerta ganha força diante do crescimento de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre pessoas abaixo dos 45 anos – como aconteceu com a jornalista Larissa Rocha.

Em dezembro de 2022, durante um evento em Parauapebas, Larissa apresentou sintomas neurológicos que foram inicialmente confundidos com enxaqueca. Após insistir no próprio diagnóstico e passar por uma tomografia, foi confirmada a ocorrência de um AVC hemorrágico. Aos 32 anos, relativamente saudável, ela enfrentou internação em UTI, fisioterapia e tratamento intensivo. O diagnóstico final: AVC causado por Burnout – esgotamento físico não tratado.

Segundo o cardiologista João Paulo Maia, pós-graduado em Medicina Esportiva e professor na Facimpa Afya, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 17,9 milhões de mortes anuais no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). “A prevenção é o caminho. O check-up cardiológico permite uma avaliação precisa do risco cardiovascular e a detecção precoce de alterações que podem ser fatais”, explica.

O especialista recomenda a realização periódica de exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, MAPA e exames laboratoriais (colesterol, glicose, ácido úrico, entre outros). O procedimento é indicado para todos, com atenção redobrada para grupos de risco: hipertensos, diabéticos, fumantes, sedentários, obesos e pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas.

Para o cardiologista, o estresse também precisa ser encarado como fator de risco. “Momentos de exaustão física e emocional, raiva ou tristeza intensa podem funcionar como gatilhos. Por isso, é fundamental observar os sinais do corpo e buscar apoio médico e psicológico.”

Larissa Rocha compartilha a lição deixada pelo episódio. “O estresse do trabalho não é meu. Tive insônia, ansiedade, dores de cabeça constantes… Hoje entendo que meu corpo dava sinais e eu não ouvia. Aprendi que saúde não pode esperar.”

Após meses de recuperação, Larissa encontrou no crossfit uma forma de cuidar da mente e do corpo. Ela reforça a importância da escuta interna: “Check-up médico não tem idade mínima. Deve ser visto como prevenção, não como resposta ao problema. Cuidar da saúde é prioridade.”

SERVIÇO

Atendimento gratuito em Marabá

O Ambulatório da Facimpa Afya oferece consultas gratuitas com cardiologista para a comunidade.

Local: Rodovia Transamazônica, bairro Amapá (próximo ao Centro de Saúde Pedro Cavalcante)

Horários: Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30 | Sábados, das 8h às 12h

Agendamento: Conforme demanda

(Texto: Elizabete Ribeiro/ Temple)

plugins premium WordPress