No Maranhão, a Justiça mandou prender o prefeito, a vice e todos os 11 vereadores de uma cidade por corrupção. O Grupo de Ação Especial de Combate às Organizações Criminosas e a Polícia Militar prenderam 14 pessoas desde segunda-feira em Turilândia, no interior do Estado e em São Luís.

Entre os presos estavam seis vereadores do município, a atual vice-prefeita, Tânia Mendes, e um neurocirurgião acusado de atuar como agiota e emprestar dinheiro ao prefeito. Os agentes encontraram na casa do irmão do neurocirurgião mais de R$ 2 milhões em dinheiro.
Nesta quarta (24), cinco investigados que continuavam foragidos se apresentaram à polícia: o prefeito José Paulo Dantas Silva Neto, mais conhecido como Paulo Curió, do União Brasil; a primeira-dama, Eva Curió; a ex-vice-prefeita Janaína Lima, do PRD; o marido dela, Marlon Serrão; e o contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros.

Segundo o Ministério Público, desde 2021, um posto de combustível que pertence à ex-vice-prefeita Janaína e ao marido dela era utilizado para a lavagem do dinheiro.
A prefeitura pagava por abastecimentos que não ocorreram, e os valores retornavam diretamente para o prefeito Paulo Curió.
Ainda de acordo com o Ministério Público, a responsável pelos pregões eletrônicos no município, Clementina de Jesus Pinho, admitiu que quase a totalidade das licitações da prefeitura era fraudada. Clementina também está presa.
“Dito por ela, 95% das licitações foram fraudadas de acordo com a determinação do Paulo Curió. E ela trouxe um dado muito interessante, ela fazia isso para ganhar mimos, ganhar presentes, ganhar algo espúrio”, afirma Fernando Berniz, promotor de Justiça.
Cinco vereadores continuam foragidos. A Justiça converteu a prisão preventiva dos outros seis vereadores em prisão domiciliar. Eles vão usar tornozeleira eletrônica.
Mesmo investigado, o presidente da Câmara, José Luís Araújo, do União Brasil, vai assumir o comando da cidade, porque não foi afastado do cargo.
“Para que a gente não inviabilizasse a administração municipal, os vereadores continuarão exercendo sua vereança. Inclusive, a decisão da desembargadora, ela deixou essa opção: vai ser encaminhada essa decisão dela ao Procurador Geral de Justiça do estado do Maranhão para que ele analise a possibilidade ou não, preenchendo ou não os requisitos, de ingressar com uma ação interventiva no município de Turilândia”, reforça Fernando Berniz.
A defesa de Eva Dantas e de Paulo Curió afirmou que eles estão à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos. A defesa de Tânia Mendes não quis se manifestar. A Reportagem não conseguiu contato com os advogados dos demais citados na notícia.
(Fonte: Jornal Nacional)







