Japão 3 x 2 Brasil: Apagão expõe fragilidade e falta de comando

Após estar vencendo por 2 a 0, Seleção Brasileira perde a criatividade e fica à deriva em campo

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O Brasil conseguiu transformar uma vitória tranquila em uma derrota histórica. Pela primeira vez, a Seleção Brasileira perdeu para o Japão — 3 a 2 — em amistoso disputado nesta terça-feira (14), em Tóquio. O placar é simbólico: escancara o desequilíbrio de uma equipe que ainda parece em busca de identidade, mesmo com o peso da camisa pentacampeã.

O início foi promissor. Mesmo com um time bastante modificado, o Brasil encontrou o caminho do gol ainda no primeiro tempo. Aos 25 minutos, Bruno Guimarães lançou com precisão o lateral Paulo Henrique, do Vasco, que abriu o placar. Pouco depois, Lucas Paquetá deu um toque de genialidade e serviu Gabriel Martinelli, do Arsenal, para o segundo gol. Parecia o prenúncio de uma vitória tranquila.

Mas o que veio depois foi um colapso técnico e tático. A Seleção voltou para o segundo tempo desligada, errando passes simples e sem capacidade de reação. Fabrício Bruno, em noite infeliz, errou na saída de bola e entregou o gol a Minamino logo aos seis minutos. A defesa, desorganizada, voltou a falhar aos 16, quando Nakamura contou com um desvio do próprio zagueiro para empatar. A virada japonesa veio aos 25, com Ueda completando cruzamento de Ito — e o Brasil, apático, assistiu à história sendo escrita do lado oposto.

Nem as substituições de Carlo Ancelotti surtiram efeito. A entrada de Richarlison e do jovem Estêvão trouxe fôlego, mas não organização. O Brasil terminou o jogo pressionando, porém sem criatividade ou imposição — sintomas de uma equipe que, embora recheada de talentos, carece de conjunto e concentração.

A derrota encerra a Data Fifa de outubro, iniciada com a goleada por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul, e deixa um gosto amargo. Fica evidente que o problema não está na falta de talento, mas na ausência de constância e na fragilidade mental diante da adversidade.

Mais que um tropeço, o revés diante do Japão serve de alerta. O Brasil precisa se reencontrar antes que a autoconfiança se transforme em complacência — e a camisa pesada deixe de intimidar até mesmo adversários historicamente inofensivos.