“Janeiro Branco”: mês dedicado a conscientização sobre saúde mental

A ideia é aproveitar o primeiro mês do ano para ajudar as pessoas a refletirem sobre o sentido da própria vida.

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A campanha visa chamar atenção das pessoas, das instituições, da sociedade e das autoridades para as necessidades relacionadas à saúde mental dos seres humanos. É preciso estar atento à própria saúde, e observar situações e comportamentos de pessoas em sua volta, pois, com a ajuda e apoio familiar, grandes tragédias podem ser evitadas.

Para evitar síndromes que possam afetar a saúde mental e devido à correria do dia a dia, muitos acabam esquecendo de investir na saúde mental e ficam sobrecarregadas e acumulando tarefas e situações que podem comprometer a vida. Para evitar o problema que o “Janeiro Branco” foi criado, fazendo também com que as pessoas lembrem de se cuidar e ter tempo para elas mesmas, exercitando a mente de uma maneira saudável.

O assunto tem grandes proporções e relevância em saúde coletiva. Segundo pesquisa realizada pelo governo brasileiro, em 2021 (Vigitel, 2021), 11,3% da população tem diagnóstico médico de depressão. A Organização Mundial da Saúde (OMS – 2019) apontou que o país ocupa a primeira posição no que se refere à ansiedade. A pandemia de covid-19 foi fator importante para contribuir com elevação de 25% nos casos de depressão e ansiedade.

Além dos prejuízos à saúde, as consequências desta estatística também são econômicas. No mundo (WHO 2022), estima-se que foram perdidos cerca de 12 bilhões de dias de trabalho e 1 trilhão de dólares devido à depressão e ansiedade. Há ainda a estimativa adicional de 50% de prejuízo também causados por custos indiretos, como perda de produtividade. No Brasil, mais de 200 mil pessoas foram afastadas do trabalho e passaram receber benefício pelo INSS, por conta de doenças mentais só em 2021.

No Brasil, conforme segunda fase da pesquisa “Impacto da Pandemia da Covid-19 na Saúde Mental da População Brasileira”, conduzida pelo Ministério da Saúde, foi verificada elevada proporção de ansiedade (86,5%); moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático (45,5%); e uma proporção de depressão (16%) na forma mais grave.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam ainda que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população. Além disso, ocupa o primeiro lugar quando a questão é a prevalência de casos de ansiedade.

Ainda conforme o órgão, a depressão será a doença mais comum do mundo em 2030, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas. A neuropsicóloga comportamental e cognitiva, especialista em psicodiagnósticos, Anny Pontes, explica que a campanha tem grande importância para romper preconceitos quando se pensa no assunto.

Segundo a especialista, ela chega a realizar cerca de 20 atendimentos semanais e 80 mensais em seu consultório. Destes, 95% são referentes a queixas de depressão e/ou ansiedade em algum nível.  De acordo com ela, a síndrome mais frequente é de ansiedade e os prejuízos da doença se refletem em diversos campos da vida do paciente, como trabalho, casamento, família.

“A ansiedade prejudica o bem estar do indivíduo e atrasa sonhos. Já que, enquanto não se tem o tratamento correto, o sujeito sofre com o preconceito e com o descrédito de outros e dele mesmo, em seu potencial de realização”, frisa Anny Pontes.

(Da Redação)

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