Rica, esnobe e desinibida. Assim pode ser chamada a Câmara de Vereadores de Parauapebas, a segunda mais rica do Pará, superada apenas pela Casa de Leis da capital paraense. Em 2022, o parlamento parauapebense pagou R$ 40,362 milhões em salários, o que é muito mais dinheiro que a arrecadação líquida inteira de, pelo menos, sete municípios do Pará. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.

O Blog examinou a prestação de contas consolidada da Casa de Leis de Parauapebas e comparou com o balanço de prefeituras e câmaras de outros municípios paraenses. A conclusão é que esses mais de R$ 40 milhões utilizados no decorrer do ano passado para pagar os salários de cerca de 470 servidores, inclusive vereadores, é mais recurso público que o arrecadado pelas prefeituras de Pau D’Arco (R$ 39,093 milhões), Inhangapi (R$ 37,409 milhões), Terra Alta (R$ 37,362 milhões), Magalhães Barata (R$ 35,161 milhões), Abel Figueiredo (R$ 32,113 milhões), Palestina do Pará (R$ 31,157 milhões) e Bannach (R$ 28,959 milhões).

Em outra frente de comparação, tem-se que o gasto com pessoal da Câmara de Parauapebas é 70% maior que a despesa da Câmara de Marabá, que tem mais vereadores, em compensação menos servidores no total — não mais que 330. Já a Câmara de Belém, que empregou 1.012 servidores, inclusive parlamentares, em dezembro de 2022 teve a folha de pagamento de R$ 86,945 milhões, pouco mais que o dobro da Capital do Minério.

Parauapebas tem a maior média salarial do Pará por trabalhador do legislativo, com R$ 6.691 mensais, superior às médias registradas em Belém (R$ 6.609), Marabá (R$ 5.633) e Canaã dos Carajás (R$ 5.555). Não por acaso, o concurso ofertado pela Câmara de Parauapebas para vagas de provimento efetivo arrastou uma multidão e proporcionou a maior concorrência de um certame municipal no Brasil no ano passado.

2ª mais cara por habitante

Outro aspecto curioso sobre a despesa com pessoal da Câmara de Parauapebas é o alto custo para o cidadão local. Com base nos dados populacionais prévios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cada morador da Capital do Minério precisa teoricamente desembolsar por ano, ainda que não veja, R$ 148,62 para manter a estrutura da máquina legislativa. É a segunda despesa mais cara para o bolso do contribuinte, atrás apenas do custo da folha de pagamento de Canaã dos Carajás, onde pelo menos R$ 206,77 dos tributos recolhidos vão para o funcionalismo da Casa de Leis local.

A Câmara mais barata para a população, entre os municípios mais importantes do estado, é a de Ananindeua, onde cada morador paga em média R$ 20,29 — sete vezes menos que Parauapebas — para manter a estrutura de pessoal do legislativo. Confira o tamanho das folhas de pagamento das 16 Casas de Leis mais custosas do Pará.