Receber o Publicom foi um presente”. Foi assim que a jornalista Elizabeth Ribeiro, que trabalha em uma empresa de publicidade em Marabá definiu o Encontro de Comunicação do Pará. “Nós, comunicadores, quando queremos buscar qualificação, sempre temos que sair de Marabá. O nosso mercado na oferta de cursos e palestras ainda é muito carente, por isso esse momento foi de um aprendizado tamanho”, destacou.
O Publicom em Marabá, que teve mais de 300 inscrições, chegou ao fim nesta sexta-feira, 23, com um ciclo de palestras. A primeira “Novo Jornalismo e as Fakes News – A Credibilidade em Pauta” foi mediada pelo secretário de Comunicação do Estado, Daniel Nardin. O assunto foi debatido pela jornalista, apresentadora da TV Cultura do Pará e professora da Universidade da Amazônia, Renata Ferreira, pelo jornalista José Eduardo Ferreira do Vale, do Blog Zé Dudu de Parauapebas, e pelo jornalista especializado em Jornalismo Investigativo, Ulisses Pompeu.
O secretário Daniel Nardin, que também é mestre em Comunicação e Sociedade, destacou a importância de se trabalhar na rotina diária do profissional da área o tema do encontro: “A Comunicação para o desenvolvimento”.
“A gente fica deslumbrado com o desenvolvimento da comunicação, é tudo muito rápido, muito moderno. No dia a dia a mídia fala muito da comunicação do desenvolvimento, fala muito dos índices de produção industrial, como se a comunicação fosse apenas uma ferramenta para divulgar o desenvolvimento, quando na verdade a comunicação deve ser instrumento para o desenvolvimento”, apontou Nardin.
Esta foi a primeira participação da jornalista Renata Ferreira em uma programação do Publicom. “Essa é uma experiência muito bacana, você chama a imprensa local e discute temas relevantes. Acho que o bate-papo sobre o fake news é super atual, notícias falsas sempre existiram, mas esse formato de fake news faz parte do mundo contemporâneo. Por isso, quanto mais a gente falar e esclarecer é importantíssimo”, ressaltou a professora.
Para o blogueiro José Eduardo, o fake news é prejudicial para o profissional de comunicação. “Quero parabenizar o Governo por ter trazido esse encontro para o interior. A gente tem que tomar muito cuidado com o fake news, porque ele pode acabar com sua carreira”, afirmou o blogueiro.
A segunda palestra tratou a temática “Mídia e Feminicídio” com exibição do curta “Quem Matou Eloá?”, da roteirista e comunicóloga Lívia Perez, que esclareceu o quanto a imprensa tem papel importante em reforçar ou desconstruir estereótipos.
“É interessante que a mídia coloque os termos corretos, como os casos de assassinato por feminicídio nos casos de estupro e não outra coisa. Além disso, é importante não romantizar os casos, já que a mídia tende a querer deixar a notícia mais interessante romantizando os casos de violência, geralmente cometidos por parceiros ou ex-parceiros”, alertou Lívia Perez.
O debate foi mediado pela jornalista Angélika Freitas, que trabalhou como assessora de uma multinacional de mineração e atualmente é apresentadora da empresa Grupo Correio de Comunicação – afiliada do SBT em Marabá.
“Foi uma honra, uma gratidão ter participado dessa mesa, porque é um assunto fundamental para ser debatido, e como participante eu acho que Marabá precisa de grandes eventos que capacitem nossos comunicadores; a gente sai muito feliz e torcendo que venham eventos como esse cada vez mais”, pontuou.
O último dia do evento teve ainda a palestra “Gestão de Conteúdo para Redes Sociais”, com o publicitário e social media Petterson Farias, diretor de Comunicação Digital da Secom. Ele falou de assuntos como marketing de conteúdo para um público animado da sua terra natal.
O Encontro de Comunicação do Pará em Marabá não atraiu apenas profissionais da comunicação. A estudante de Agronomia Cristiele dos Anjos Costa participou dos três dias de evento e percebeu o quanto o assunto pode ajudá-la nos relacionamentos profissionais.
“Foi um evento muito interessante, como fui convidada por um amigo, no início achei que não tinha muito a ver com a minha área, mas a comunicação está presente no nosso dia a dia, e eu tenho que me aprimorar para me comunicar sempre com meu público”, concluiu a estudante.
O Publicom termina com resultados gratificantes. Mais de 100 livros foram arrecadados no ato de inscrição, que serão doados para o Hospital Regional de Marabá. A administradora de empresas Leomara Dea Scapin trouxe uma enciclopédia. “Eu vim para o evento no primeiro dia, gostei muito do palestrante, e apesar de não conseguir vir mais, eu me comprometi a presentear a biblioteca do hospital. Eu me senti extremamente lisonjeada por possibilitar levar conhecimento a várias pessoas”, ressaltou.
Para quem não participou do Publicom em Marabá, é só se programar para o Encontro de Comunicação do Pará que será realizado em Altamira, nos dias 13 e 14 de abril. Breves e Belém também devem receber novas edições do evento esse ano.