A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Canaã dos Carajás (SEMMA), coordenada pelo engenheiro Marcus Vinicius, está investigando uma denúncia feita por moradores sobre um possível crime ambiental no Rio Plaquê — um dos principais afluentes do Rio Parauapebas, considerado o rio mais caudaloso do município. A suspeita surgiu após frequentadores notarem a turbidez anormal das águas de ambos os rios.
Quando o problema foi identificado?
As primeiras denúncias chegaram à SEMMA por volta de 17 de novembro de 2025. Na ocasião, moradores relataram alteração significativa na coloração das águas do Rio Plaquê, aparentemente provocada pelo carreamento de sedimentos (solo) devido às chuvas.
Qual é a origem da contaminação?
Inicialmente, suspeitava-se de extrações irregulares de areia ou possível atividade de garimpo nas margens. No entanto, as vistorias realizadas confirmaram que as extrações de areia, já paralisadas pela SEMMA ao longo de 2025, permaneciam suspensas, descartando essa hipótese.
Com base em imagens de satélite, os fiscais identificaram que um pequeno afluente do Plaquê apresentava elevada carga de sedimentos. Ao desaguar no rio principal, esse afluente estava provocando aumento da turbidez e alteração da coloração da água.
As análises preliminares apontam que a poluição pode ter origem em uma propriedade rural onde estaria sendo preparada uma grande área para plantio de milho. O processo incluiu limpeza da pastagem com gradagem, revolvimento do solo e construção de uma extensa malha de canais de drenagem. As imagens indicam que parte desse solo estaria sendo carregada pela drenagem artificial até o Rio Plaquê.
O responsável pelo dano ambiental já foi identificado?
A SEMMA já identificou a propriedade rural e seu responsável.

A água está imprópria para banho ou uso doméstico?
A SEMMA realizou coleta de água em diferentes pontos do Rio Plaquê — antes e depois do encontro com o afluente contaminado — para análises laboratoriais. Os resultados irão determinar se a água está própria para banho (balneabilidade) ou consumo doméstico (potabilidade). As conclusões só serão divulgadas após o término das análises.
Houve autuação ou medidas contra o causador do problema?
O proprietário da área suspeita foi notificado e deverá apresentar Licença ou Autorização Ambiental referente aos serviços realizados. Também foi orientado a adotar medidas emergenciais para conter o carreamento de sedimentos.
Paralelamente, a SEMMA está elaborando um relatório completo de fiscalização, baseado em imagens de satélite, registros de drone, vistorias em campo e análises laboratoriais. O documento subsidiará a lavratura do auto de infração e o encaminhamento do caso para apuração de crime ambiental.
Há registro de mortandade de peixes?
Até o momento, tanto as denúncias quanto as vistorias da SEMMA não identificaram mortandade de peixes no Rio Plaquê.
Outras informações técnicas relevantes
A SEMMA reforça que adotará todas as medidas legais necessárias para responsabilizar o autor da infração ambiental e manterá a sociedade informada sobre o andamento do caso. A secretaria também está aberta ao recebimento de novas informações, denúncias ou registros relacionados ao episódio.
A população pode acionar o Disk-Denúncia da SEMMA pelo telefone (94) 99126-7492, disponível 24 horas.
Carlos Magno
Jornalista – DRT/PA 2627









