Cai embargo e China volta a importar carne do Brasil

Embarques foram suspensos desde fevereiro por conta de um caso atípico de mal da vaca louca que surgiu no Pará
China liberou retomada de importações de carne bovina do Brasil a partir desta quinta (23)

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Brasília – Em despacho divulgado pela Administração Geral de Alfândega da China nesta quinta-feira (23), o país concordou em retomar imediatamente as importações de carne bovina brasileira com menos de 30 meses. As vendas para a China foram suspensas voluntariamente pelas autoridades brasileiras no último dia 23 de fevereiro, após a descoberta de um caso atípico da doença da vaca louca numa fazenda do Pará.

A retomada do comércio ocorre um dia após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ter chegado a Pequim em antecipação à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo domingo (28). Ele será acompanhado por uma delegação de 240 representantes empresariais, sendo 90 do setor agrícola.

O Brasil também pretende renegociar os protocolos sanitários segundo os quais um único caso de vaca louca desencadeia uma proibição de exportação para todo o país. Os produtores de carne bovina no Brasil perdem até 25 milhões de dólares por dia com o embargo.

No ano passado, cerca de 62% das exportações brasileiras de carne bovina tiveram como destino a China.

“Isso era esperado há alguns dias”, disse o titular do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “Quero agradecer os pecuaristas brasileiros, que confiam no nosso sistema. Isso nos dá credibilidade no mercado internacional”. Ele também agradeceu o governo da China, o presidente Lula, o corpo técnico da pasta e o governo do Pará, que, segundo ele, foi rápido e claro em comunicar o caso de mal da vaca louca.

As suspensões das compras de carne bovina brasileira pela China duraram exatamente um mês, período que foi o bastante para refletir o desempenho geral das exportações do produto. Os embarques no primeiro trimestre de 2023 devem recuar cerca de 20%, no comparativo com o mesmo período do ano passado.

“Podemos calcular de 15% a 20% de recuo nos embarques de carne bovina, motivado principalmente por esse autoembargo,” divulgaram analistas do setor.

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