Audiência discute, em Marabá, curso de medicina e hospital universitário

Previsão é que o curso comece a funcionar no segundo semestre de 2024 e custe cerca de R$ 17 milhões aos cofres públicos
Audiência pública mobilizou autoridades de várias esferas para discutir ampliação da oferta do ensino superior em Marabá

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Na manhã desta sexta-feira, 18, o Plenário da Câmara Municipal de Marabá recebeu audiência pública para discutir a expansão do ensino superior na região do sul e sudeste do Pará.

Na mesa de autoridades, participaram o reitor da Unifesspa, Francisco Ribeiro; o deputado federal, Airton Faleiro; o deputado estadual, Dirceu ten Caten; a prefeita de Rondon do Pará, Adriana Andrade de Oliveira; o Superintendente do Ministério da Saúde no Pará, Delcimar de Sousa Viana; a Diretora Geral do Instituto Federal de Marabá, Campus Rural, professora dra. Maria Suely Gomes.

Reitor da Unifesspa, Francisco Ribeiro

Com participação popular, o evento abriu discussão sobre a criação do curso de Medicina na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a implantação do Hospital Universitário e a criação do Instituto Federal do Sul e Sudeste do Pará.

A estimativa, segundo o reitor Francisco Ribeiro, é que a implantação do curso de medicina vá custar aos cofres públicos R$ 17 milhões. Para o Hospital Universitário esse valor é 12 vezes maior, avaliado em torno de R$ 200 milhões.

Sendo uma das pautas levantadas na audiência, o reitor Francisco Ribeiro conta que o projeto do Hospital Universitário – que está sendo desenvolvido paralelamente à implantação do curso – é ousado e ambicioso. “É algo em torno de R$ 200 milhões para a construção e início do funcionamento. Mas, depende de uma decisão política do Governo Federal”.

Ele adiantou que a pretensão é que a casa de saúde seja construída próxima à Unidade 3, no Bairro Cidade Jardim.

Questionado se o curso de medicina vai acontecer independente da implantação do hospital universitário, o reitor conta que essa é a vontade de todos. Além disso, Francisco Ribeiro ressalta que o grande desafio da Unifesspa é que pessoas da região possam ocupar as vagas que serão ofertadas.

“Em muitos cursos de medicina o que acontece é uma elitização. O cara de fora vem estudar aqui. Eles se preparam em cursinho e vêm disputar vaga com os que são daqui. Qualquer um pode pleitear a vaga, mas se o objetivo do curso é melhorar a relação médico x população, então que esses médicos sejam da região”.

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará está elaborando o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) de Medicina com auxílio de profissionais da Faculdade de Medicina do Campus Universitário de Altamira da UFPA, bem como da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Há ainda a previsão de uma visita da Comissão de Acompanhamento e Monitoramento de Escolas Médicas (CAMEM) a Marabá, no mês de setembro. Essa comissão é a responsável pelo monitoramento da implantação e oferta satisfatória dos cursos de graduação em medicina nas Instituições Federais de Educação Superior. É de competência da CAMEM acompanhar in loco – e no contato permanente com a universidade – a implantação e o desenvolvimento do curso até a emissão do ato de reconhecimento e indicar ao MEC.

Para a implantação do curso de Medicina, neste momento, a Unifesspa necessita da liberação de novas vagas para docentes, da liberação de novas vagas para técnicos administrativos e, também, da liberação de recurso de investimento.

O deputado estadual Dirceu ten Caten também se manifestou no evento e parabenizou a Unifesspa por lutar em prol da criação do curso de medicina e, ainda, do Hospital Universitário para ajudar a melhorar os serviços de saúde desta região. Ele reconheceu a importância de desmembrar o ensino técnico federal, criando O Instituto Federal do Sul e Sudeste do Pará. “Estamos juntos com essas discussões há algum tempo e temos certeza de que em breve essas demandas se tornarão realidade”, disse ele.

O vereador Marcelo Alves destacou a importância de garantir número de vagas para alunos egressos de cursos de ensino médio das regiões sul e sudeste do Pará, para que, no futuro, os médicos permaneçam nesta região.

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