Sessão relâmpago da Câmara de Canaã é marcada por protestos da Educação

Vereador Cleido Braz foi o alvo das manifestações, após declarações consideradas preconceituosas

Continua depois da publicidade

A 28ª Sessão Ordinária do 2º Período Legislativo da 1ª Sessão Anual da 8ª Legislatura da Câmara Municipal de Canaã dos Carajás foi realizada nesta terça-feira (16) e durou pouco mais de 15 minutos. Apesar da brevidade, a reunião ficou marcada por fortes protestos de servidores da Educação contra declarações consideradas homofóbicas do vereador Cleido Braz (União Brasil).

Com a galeria lotada como há muito não se via e com reforço policial, os manifestantes levaram cartazes e se manifestaram de forma ordeira contra o parlamentar, que recentemente ironizou a sexualidade do secretário municipal de Educação, prof. Dr. Leonardo Cruz, afirmando em tom jocoso que, durante o desfile de 7 de setembro, o secretário “não desfilava, mas rebolava”.

Pedido de Tribuna negado

Antes da sessão, os servidores da Educação protocolaram na secretaria da Câmara um ofício solicitando o uso da Tribuna Popular. Contudo, o presidente da Casa, vereador Flávio Gomes (MDB), indeferiu o requerimento.

Na resposta oficial, assinada em nome da interessada Ana Victoria Souza do Rosário, o Legislativo alegou que o pedido não atendeu ao Art. 10 da Lei Orgânica Municipal, que exige credenciamento por entidade da sociedade civil previamente inscrita na pauta da sessão. Por isso, a solicitação foi rejeitada.

Votações e discursos

Sem inscritos no Pequeno e no Grande Expediente, a Ordem do Dia foi marcada pela votação em primeira discussão do Projeto de Reforma da Lei Orgânica nº 02/2025, aprovado por unanimidade. A proposta segue agora para segunda votação na próxima semana.

Na Explicação Pessoal, quatro vereadores se pronunciaram:

Júnior Guirelli (PL) destacou a invasão de área rural pertencente à família do saudoso pecuarista Luís Mariano, relatou visita à Vila Nova Jerusalém e anunciou a entrega de mais 71 cartões do programa Moradia Digna. Professora Ellenjuce (MDB) apenas cumprimentou os presentes.

Cleido Braz (União Brasil) voltou a ironizar, afirmando que, ao defender perdas salariais dos servidores da Educação, “teve que rebolar”. A declaração acirrou os ânimos na galeria, levando os professores a vaiar o vereador. Em resposta, ele disse que “os professores também terão que rebolar para melhorar os índices da Educação no município”. Negou ter incitado violência em relação ao secretário Leonardo Cruz e afirmou que não é “disseminador do ódio”. Para exemplificar, pediu à equipe de comunicação da Câmara que exibisse um vídeo sobre o assassinato do ativista americano Charlie Kirk, ocorrido recentemente nos Estados Unidos.

Miguel da Saúde (MDB) encerrou os pronunciamentos, ressaltando que a Câmara é um espaço de debates, defendendo a participação popular no parlamento e destacando a necessidade do respeito mútuo.

Clima tenso

Diante da repercussão, os manifestantes mantiveram os protestos, e o presidente Flávio Gomes chegou a ameaçar encerrar a sessão. Apesar do clima tenso, os trabalhos prosseguiram até o final, quando o presidente declarou a sessão encerrada.

Deixe seu comentário

Posts relacionados

plugins premium WordPress