Samba de Cacete: memória, ritmos e resistência quilombolas são celebrados em curta-documentário

Produção é resultado de parceria entre a Casa de Cultura de Canaã dos Carajás e comunidade do Quilombo de Umarizal

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A Casa de Cultura realiza, no dia 26 de novembro, o lançamento do curta-documentário Samba de Cacete da Comunidade Quilombola de Umarizal. Esta é uma produção que mergulha nas raízes e histórias que originam este ritmo representativo, no território de Umarizal, localizado no município paraense de Baião.

As filmagens são resultado do projeto Noite Cultural, premiado pela Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, por meio do Edital Casa Aberta Amazônia Paraense 2025. O evento da Noite Cultural reuniu, em setembro, toda a comunidade, promovendo shows musicais, desfile de beleza negra e celebração do Samba de Cacete.

O registro audiovisual traz falas dos detentores dessa importante expressão cultural. “A nossa cultura no quilombo é muito rica, por isso a gente resolveu fazer esse projeto da Noite Cultural,  para ampliar o conhecimento das pessoas sobre o Samba de Cacete e o que fazemos aqui no quilombo. E quando a gente consegue agregar as nossas manifestações a um investimento, como esse que tivemos com a Casa da Cultura, faz total diferença para manter nossa tradição viva”, afirma Raimunda Chaves, moradora de Umarizal e proponente do projeto Noite Cultural. 

O documentário é uma forma de resistência e valorização dos territórios quilombolas no Pará, a partir do registro de memórias compartilhadas, troca de saberes, fé e ancestralidade. A produção será lançada, no dia 26 de novembro, em Canaã dos Carajás, e disponibilizada para todos no YouTube da Casa da Cultura.

O que é samba de cacete?

Samba de cacete é uma manifestação cultural afro-amazônica, típica do estado do Pará, especialmente de comunidades quilombolas do baixo Rio Tocantins. O nome vem dos pequenos cacetes de madeira usados para percutir os tambores, marcando o ritmo e o contratempo de uma dança e canto que mistura elementos de batuques afro-brasileiros e ancestralidade indígena. Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Pará, o samba era tradicionalmente usado para animar mutirões comunitários.

Surgiu entre grupos quilombolas como forma de resistência e celebração, embalando o trabalho comunitário desde a véspera até a manhã do mutirão.

Combina canto, percussão e dança, com ritmo que começa lento e acelera gradualmente. A dança é livre e, muitas vezes, as mulheres giram em torno de si mesmas.

Os instrumentos de percussão incluem os “cacetes”, que são pedaços de madeira usados para bater nos tambores e marcar o ritmo.

As letras e melodias narram a história e a cultura de luta e resistência, com temas que remontam ao período da escravidão.

Foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará em 2024.

SERVIÇO:

Data: 26/11/2025
Horário:19h
Local: Casa da Cultura – Rua das Esmeraldas, Nova Canaã II, Canaã dos Carajás – PA
Público: Livre (prioritário para jovens, mulheres, pessoas negras e indígenas, educadores, coletivos culturais e comunicadores comunitários)

(Texto: Giovanna Martini)

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