Não foi dessa vez: canaense não consegue visto e fica de fora da Assembleia da ONU

Carlos Magno seria o primeiro jornalista do interior da Amazônia credenciado para a cobertura do evento

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O jornalista Carlos Magno, de Canaã dos Carajás, não conseguiu a tempo o visto americano de imprensa (Visto I) e, por isso, ficará de fora da cobertura da 80ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece de 23 a 29 de setembro, em Nova York.

Ele chegou a receber o credenciamento oficial da Unidade de Credenciamento e Ligação com a Mídia da ONU, mas acabou barrado pela burocracia do processo de concessão do visto.

Uma maratona burocrática

Para atender às exigências da Embaixada dos Estados Unidos, o jornalista contou com a assessoria de Inácio Prestes, CEO da empresa Cyrius Representações Turísticas Ltda, referência no setor em Belém. A lista de documentos exigidos foi extensa: extratos bancários, faturas de cartão de crédito, comprovantes de residência e vínculo empregatício, além da carteira nacional e internacional de jornalista, emitidas pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Na tentativa de reforçar seu histórico profissional, Carlos Magno anexou ainda registros de coberturas de alto nível: a visita de Barack Obama a Brasília, em 2011, e a participação de Joe Biden na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, em 2024.

Outro entrave foi o passaporte: como o anterior estava prestes a vencer, foi preciso solicitar um novo documento. O agendamento ocorreu em 18 de agosto e o passaporte só foi entregue em 9 de setembro, em Marabá — já em cima da hora.

Apoio presidencial e voo garantido

Ciente das dificuldades, o jornalista enviou um e-mail ao Gabinete Pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 3 de setembro, solicitando vaga em um dos aviões da comitiva presidencial, no trecho Brasília/Nova York/Brasília. O pedido foi atendido. Por determinação do presidente, o Comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, autorizou o embarque do jornalista no voo oficial.

Assim, tudo estava pronto: passaporte em mãos, credenciais de imprensa, bandeira de Canaã dos Carajás na bagagem e transporte garantido.

O impasse final

O último obstáculo foi justamente o visto. A entrevista na embaixada americana estava marcada para 22 de setembro, mas o documento não seria entregue de imediato. Após a análise, o passaporte seria enviado pelos Correios de Brasília até Canaã dos Carajás, inviabilizando o embarque junto à comitiva.

Sem o visto em mãos, o jornalista não pôde embarcar.

Um sonho adiado

O episódio frustrou Carlos Magno, que se tornaria o primeiro jornalista do interior da Amazônia credenciado para a cobertura do maior evento da diplomacia mundial.

Apesar da decepção, ele já projeta o futuro: “Se não foi possível agora, vou me preparar melhor. A partir de março de 2026, vou solicitar novamente o credenciamento e participar da 81ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em setembro do próximo ano, em Nova York”.

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