O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, concedeu entrevista ao jornalista Carlos Magno na Blue Zone da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), realizada no Parque da Cidade, em Belém. Durante a conversa, ele destacou a relevância histórica da Declaração dos Líderes da Conferência, documento que, segundo o ministro, consagra a união entre a agenda social e a luta global pela preservação do meio ambiente.
Dias enfatizou que o texto aprovado reforça o compromisso dos países em enfrentar conjuntamente a pobreza, a fome e as desigualdades, ao mesmo tempo em que intensifica políticas de proteção ambiental.
Fundo Tropical das Florestas e florestas produtivas
O ministro também falou sobre o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), apresentado durante a COP30 como um sistema inovador de financiamento climático, pensado para fortalecer ações de preservação dos biomas tropicais. Segundo ele, a iniciativa representa um avanço concreto para garantir recursos permanentes e estáveis às políticas de conservação.
Outro ponto abordado foi o conceito de florestas produtivas, que integra a recuperação de áreas degradadas, a capacitação de comunidades tradicionais e a criação de sistemas organizados para comercialização de frutos nativos. Para Dias, esse modelo alia sustentabilidade, geração de renda e proteção da biodiversidade amazônica.
Brasil fora do mapa da fome
Wellington Dias celebrou ainda o retorno do Brasil ao patamar de referência internacional no combate à fome. Ele ressaltou que a saída do país do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) é um marco do governo Lula e um reflexo direto da retomada dos programas sociais, hoje reconhecidos e elogiados por outras nações e pela própria Organização das Nações Unidas.
“O investimento em políticas sociais é fundamental para eliminar a fome e fortalecer a dignidade do povo brasileiro”, afirmou.
Perfil do ministro Wellington Dias
José Wellington Barroso de Araújo Dias nasceu em Oeiras (PI), em 5 de março de 1962, filho do caminhoneiro Joaquim Antônio Neto e da professora Teresinha Araújo Dias. Criado em Paes Landim, no Vale do Fidalgo, é casado com Rejane Ribeiro Sousa Dias e pai de quatro filhos: Iasmin, Vinicius, Daniele e Jáiro.
Formado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), cursou Políticas Públicas e Governo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e possui especializações no exterior. Bancário de carreira, trabalhou no Banco do Nordeste, no Banco do Estado do Piauí e na Caixa Econômica Federal, além de ter atuado na Rádio Difusora de Teresina.
Filiado ao PT desde 1985, iniciou sua trajetória sindical na Central Única dos Trabalhadores (CUT) e presidiu a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef) e o Sindicato dos Bancários do Piauí. Na literatura, destacou-se como contista, autor do premiado livro “Macambira”, além de ter peças teatrais e outras obras publicadas.
Trajetória política
A carreira política de Wellington Dias começou em 1992, quando foi eleito vereador de Teresina. Em 1994, tornou-se deputado estadual e, em 1998, foi o primeiro deputado federal eleito pelo PT no Piauí. Em 2002, venceu sua primeira disputa para governador do estado, sendo reeleito em 2006.
Após deixar o governo em 2010, elegeu-se senador com votação histórica. Voltou ao governo do Piauí em 2014, e foi novamente reeleito em 2018, conduzindo o estado durante a crise econômica nacional e a pandemia da covid-19. Seu governo manteve o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ampliou a geração de empregos formais e levou o Piauí ao segundo melhor desempenho do Nordeste em vacinação.
Dias também foi peça-chave na criação do Consórcio Nordeste, iniciativa que fortaleceu a atuação conjunta dos estados da região. Em 2020, assumiu a presidência do consórcio e se destacou na articulação para compra de vacinas durante a pandemia — trabalho que lhe rendeu o Prêmio Sérgio Arouca de Saúde, em 2021.
Em 2022, foi coordenador nacional do Fórum dos Governadores, deixou o governo para disputar o Senado e foi eleito. No mesmo ano, coordenou a campanha de Lula à Presidência da República. Atualmente, integra o governo federal como ministro de Estado, sendo um dos auxiliares mais próximos do presidente.
Texto: Carlos Magno
Jornalista – DRT/PA 2627