MAUB entra na reta final das pinturas e inaugura murais artísticos no Museu Goeldi, na capital paraense, neste domingo (28)

Pinturas seguem até este sábado (27) e transformam as sedes do Museu Goeldi em galeria a céu aberto. Artistas paraenses e de outros estados assinam os 19 murais inéditos inspirados na Amazônia, já recebidos com entusiasmo pelo público antes mesmo da inauguração

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O MAUB já revitalizou 11 mil m² no Ver-o-Rio e, nesta edição, soma mais 2.500 m² de muros pintados entre o Parque Zoobotânico e o Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, ampliando sua atuação em parceria com um dos museus mais importantes da Amazônia

O Museu de Arte Urbana de Belém (MAUB) entra em sua reta final de trabalhos no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi e no Campus de Pesquisa, em Belém. Iniciativa reúne 19 artistas e coletivos visuais que produzem murais inéditos inspirados na biodiversidade, na arqueologia e no patrimônio cultural amazônico. 

As obras seguem em produção até 27 de setembro e, no domingo (28), serão inauguradas em uma grande festa gratuita na Av. Magalhães Barata, em frente ao Museu Goeldi. O espaço interno seguirá fechado, mas o público poderá visitar os muros para conhecer as pinturas. 

O projeto é realizado pela Sonique Produções Oito Quatro Produções, aprovado na Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com o patrocínio da Vale, por meio da Lei Rouanet, com a chancela do Governo Federal e do Ministério da Cultura.

“O MAUB nasceu para transformar Belém em uma galeria a céu aberto, e esta edição especial no Museu Goeldi reforça esse propósito. São artistas da Amazônia e de outras regiões do Brasil que deixam suas marcas em um espaço histórico, conectando ciência, cultura e comunidade em um diálogo único. O resultado é um patrimônio que já vem sendo abraçado pela população antes mesmo da inauguração”, afirma Gibson Massoud, idealizador do MAUB.

 “É uma alegria para a Vale estar presente nessa parceria com o Museu Goeldi e o MAUB, que une arte e ciência; promove novas maneiras de o público se relacionar com o espaço urbano e fortalece o diálogo entre artistas amazônicos e de diferentes regiões. Esse projeto integra um conjunto de iniciativas que realizamos na Amazônia, buscando fortalecer e preservar nosso patrimônio histórico e cultural”, celebra Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.

Nilson Gabas Júnior, diretor do Museu Goeldi, comenta: “Com imenso prazer, o Museu Goeldi, a partir de um Acordo Técnico Científico, efetivou uma parceria com o MAUB no sentido de dar um novo visual a um patrimônio público tombado pela União. Os muros serão pintados por um seleto grupo de artistas para que tenhamos, de maneira inédita entre os patrimônios no Estado, o que procuramos conceber na instituição, que é a promoção da ciência e a interrelação entre ciência, cultura e educação. Procuramos estabelecer, no edital, temas da socio e da biodiversidade, com as quais trabalhamos desde que fomos concebidos, há quase 160 anos. Esperamos mostrar para a população que estamos preparados para manter a instituição no século XXI”.

Programação de inauguração

Toda a programação foi pensada em respeito à fauna e flora do Parque, com volume controlado e curadoria voltada à valorização da arte e da cultura amazônica. A celebração começa às 9h da manhã com Naiá e Benny – Entre rios e rabiscos, brinquedos de criança (pula-pula, escorrega), mini rampa de skate com a Ziani Ramp, além de praça de alimentação e feirinha criativa.

Histórico

Esta é a terceira edição do MAUB, que já revitalizou 11 mil m² no Ver-o-Rio, consolidando-se como um dos maiores museus a céu aberto do Brasil. Agora, em parceria com o Museu Goeldi, o projeto amplia sua atuação e soma mais 2.500 m² de muros pintados nesta edição, transformando espaços históricos em telas que celebram a diversidade amazônica.

Artistas selecionados

Vindos de diferentes estados, os artistas apresentam estilos diversos como grafite, muralismo, pintura experimental e esculturas, criando um mosaico que já vem chamando a atenção do público antes mesmo da inauguração. Confira os selecionados:

Alessandro Hipz (AM) – Autodidata, une hip-hop, HQs e cultura amazônica em murais poéticos sobre a mulher amazônica e crenças populares.
And Santtos (PA) – Nascido em São Caetano de Odivelas, criou o movimento “Odivelismo”, que mistura realismo e surrealismo para retratar a identidade cultural amazônica.
Cely Feliz (PA) – Pioneira do “Caboclofuturismo”, transforma grafismos marajoaras e narrativas ribeirinhas em murais-rituais, afirmando-se como artista-pajé urbana.
Kekel (PA) – Marajoara, destaca-se pelo reaproveitamento de madeira de barcos em esculturas e peças únicas que conectam tradição e sustentabilidade.
Graf (PA) – Natural de Belém, iniciou na pixação em 2002 e hoje valoriza ancestralidade afro-indígena em murais que retratam fauna e flora amazônicas.
Wira Tini (AM) – Kokama de Manaus, fundadora do Graffiti Queens, conecta saberes ancestrais e cultura urbana em obras sobre meio ambiente e identidade indígena.
Deco Treco (SP) – Paulistano, cria universos pop surrealistas cheios de humor e nonsense, com murais já exibidos no Brasil e no exterior.
Wes Gama (GO) – Autodidata, trabalha com o conceito de “Caipira Futurista”, refletindo relações raciais, ambientais e a ancestralidade em murais poéticos.
Ayala (PA) – Paraense, dedica-se ao string art e ao muralismo, criando obras autorais inspiradas na estética amazônica e memórias regionais.
João Nove – Digital Orgânico (SP) – Une natureza e tecnologia em murais de grande escala, com obras no Brasil, EUA, Europa e Canadá.
Éder Oliveira (PA) – Reconhecido nacionalmente, retrata identidades e violências sociais em obras críticas de forte impacto visual.
Chico Ribeiro (AP/PA) – Jovem artista amapaense radicado no Pará, retrata contextos periféricos em obras que evidenciam o cotidiano amazônico.
Alex Senna (SP) – Com estética em preto e branco, já levou murais poéticos para 24 países, abordando afeto, amor e vida urbana.
Lenu (PA) – Há mais de 15 anos cria obras entre surrealismo amazônico e educação artística, valorizando pertencimento e identidade.
Dudi Rodrigues (PA) – Muralista autodidata de Belém, iniciou em 2022 e expressa vivências e crenças em obras acessíveis e transformadoras.
Dedéh Farias (PA) – Artista da periferia de Belém, desde 2009 atua com muralismo em obras vibrantes que celebram o imaginário amazônico.
Amanda Nunes (DF/CE) – Explora arte sacra e surrealismo, com obras exibidas na SPFW e na Pinacoteca Estadual do Ceará.
Dannoelly Cardoso (PA) – Bragantina, muralista e educadora, retrata memórias ribeirinhas e rostos amazônidas em diálogo entre realismo e contemporaneidade.
Gabz & Tsssrex (PA) – Dupla paraense que une juventude e maturidade em murais vibrantes, reafirmando identidade e resistência.

(Ascom Vale. Foto: Laércio Esteves)

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