Vereadora Eliene pede socorro à prefeitura para ajudar UFRA a instalar Enfermagem

Federal Rural precisa urgentemente de infraestrutura para aprovar primeira turma já em 2020. Como universidade não tem dotação, o jeito é apelar à Prefeitura de Parauapebas.

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A vereadora Eliene Soares largou na frente, na sessão desta terça-feira (16), para buscar apoio da Prefeitura de Parauapebas no sentido de garantir o curso de graduação em Enfermagem para a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) no município. Uma indicação dela acaba de ser aprovada na qual é solicitada ao governo municipal a construção de um bloco de prédios e laboratórios para que o curso possa ser implantado. Sem essa infraestrutura básica, a Ufra não tem condições de receber a primeira graduação pública na área de saúde e, assim, Parauapebas pode acabar perdendo a chance para sempre.

O curso de Enfermagem já está em processo de autorização pelo Ministério da Educação (MEC) e no dia 7 de março teve seus projetos pedagógicos aprovados pela Ufra, por meio da Resolução 465. Inclusive, a universidade já ganhou aval do MEC para realizar concurso e contratar 12 professores para a graduação.

Assim, se o curso tiver garantida a sua infraestrutura (bloco de salas e laboratórios), poderá entrar no próximo vestibular regular da universidade e iniciar a primeira turma já em 2020. Além disso, a Ufra corre nos bastidores com a possibilidade de trazer outros cursos na área de saúde, entre os quais Biomedicina, sem descartar implantação futura de graduações já previstas em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), como Odontologia, Fisioterapia e Farmácia, entre outros.

Burocracia trava novos cursos

Por limitações do Governo Federal, a quem a Ufra é subordinada, os cursos previstos para Parauapebas jamais saíram do papel. E Enfermagem, agora, é realidade. “Não podemos perder essa graduação. Por isso, levo minha indicação à prefeitura para que viabilize a implantação da infraestrutura necessária a fim de diversificarmos nossa matriz de graduações no município”, destaca Eliene, lembrando que Parauapebas tem perda milionária anualmente pela evasão de jovens universitários, que abandonam o município e vão estudar fora.

Um estudo atualizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), a pedido do atual titular da pasta, Luiz Vieira, revela que Parauapebas tem 60 mil pessoas com certificado de ensino médio sem curso superior. Além disso, 21 mil estudantes que passaram pelo município estão cursando faculdade fora. Só em Marabá são cerca de 3.200 universitários de Parauapebas.

Segundo o diretor do campus local da Ufra, Luís Renan Oliveira, a universidade já possui cinco cursos de graduação regulares e com ingresso anual (Zootecnia, Agronomia, Engenharia Floresta, Engenharia de Produção e Administração), além de um mestrado em Produção Animal. Cerca de 700 profissionais já foram formados no município nas graduações regulares e, agora, a Ufra está atenta para outro nicho de demanda regional: a saúde. “Se não tivermos a infraestrutura básica exigida para a instalação das turmas, corremos o risco de perder esse curso e os demais que possam vir”, anuncia Luís Renan, pedindo sensibilidade do poder público à causa.

Parauapebas tem curso de Enfermagem por instituições privadas, mas a Ufra tem ensino gratuito e prevê edital com 50 vagas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O curso público mais próximo de Parauapebas — nem Marabá tem — está a 410 quilômetros, em Conceição do Araguaia, oferecido pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), conforme levantamento detalhado da Semed.