Vereador de Canaã dorme na Delegacia de Polícia de Parauapebas

Audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (14), em Parauapebas, define o destino de Júnior Garra, acusado de compra de votos em 2016, coação a testemunha e posse ilegal de arma

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O vereador Zilmar Costa Aguiar Júnior (Júnior Garra-PR), da Câmara Municipal de Canaã dos Carajás, dormiu em cela improvisada na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Parauapebas. Uma sala foi arrumada para que ele passasse a noite, após ter sido preso por ordem da Justiça Eleitoral e também por posse ilegal de arma de fogo. Zilmar não tem nível superior de escolaridade, portanto, sem direito a prisão especial.

Júnior Garra foi preso ontem (13), em Canaã, por ordem da Justiça Eleitoral, acusado de crime eleitoral em 2016, quando foi eleito vereador. O mandado de prisão contra ele foi expedido pelo juiz Lauro Fontes Júnior, da 75ª Zona Eleitoral de Parauapebas. Segundo o documento, Garra é acusado de coagir testemunhas de uma investigação contra ele, referente à compra de votos nas últimas eleições municipais.

A denúncia da Justiça Eleitoral relata que Júnior Garra, dono de autoescola em Canaã, teria distribuído e facilitado a aquisição de CNHs (Carteiras Nacional de Habilitação) em troca de votos.

O juiz também determinou busca e apreensão nas propriedades e na autoescola de Júnior Garra. Nesses locais a Polícia Civil e a Polícia Militar encontraram armas, munições, dinheiro e vasta documentação. O caseiro de uma chácara pertencente ao vereador também foi preso por posse ilegal de arma.

Aos meios de Comunicação de Parauapebas, para onde foi removido após ter sido preso em Canaã, Garra se disse injustiçado e alegou que a prisão dele foi baseada em fofocas, pois nunca teve contado “nem por telefone” com a testemunha que lhe acusa de ameaça. Ele afirma que tem comparecido às audiências para as quais é intimado, diz que nada deve à Justiça.

Sobre as armas e munições encontradas na casa dele, o vereador afirma “graças ao nosso presidente Bolsonaro” ele deu entrada em processo de aquisição de armas de fogo legalizadas: “As minhas armas são legalizadas. Uma pistola calibre 380 e uma carabina calibre 12. A compra foi autorizada pela Polícia Federal. As minhas armas são documentadas”.

O delegado Gabriel Henrique Alves Costa afirma que a pistola está documentada, mas a espingarda ainda se encontra em processo de transferência. Portanto, ilegal. Na manhã desta quinta-feira (14), segundo a autoridade, ele deve comparecer à Justiça Eleitoral para audiência de custódia na qual será decidido se Garra fica preso em Parauapebas ou se será transferido para Belém, haja vista que o mandado cumprido pela polícia é de prisão preventiva.

(Caetano Silva)  

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