Turedjãm Futebol Clube quer se tornar um time profissional no estado do Pará

A equipe indígena perdeu para o Grêmio de Parauapebas em amistoso no Castanheirão

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A Tribo Indígena Kayapó do município de Ourilândia do Norte, no estado do Pará, é apaixonada por futebol e pretende futuramente profissionalizar um time. Pensando nessa ideia, a equipe indígena que já tem nome Turedjãm Futebol Clube, realizou um amistoso contra o time do Grêmio Esportivo Ferroviário, da cidade de Parauapebas, que disputa o Campeonato Municipal da 2ª divisão.

O encontro aconteceu no último domingo (31), no Estádio Castanheirão, na Palmares Sul, e terminou com a vitória do Grêmio, por 3 a 0, com destaque para o jogador Romário, que tem nome de craque, e assinalou duas vezes para o time de Parauapebas. O amistoso serviu de preparação para o Grêmio que vai disputar a 2ª divisão no segundo semestre, enquanto que o Turedjãm sonha em se tornar um time profissional.

“Hoje os indígenas, querendo ou não, ainda recebem discriminação, mas através do esporte, eles estão alavancando situações importantes, principalmente o futebol, mostrando para todo o território nacional que sabem jogar bola de verdade. Futuramente a Tribo Kayapó do município de Ourilândia do Norte, quer montar um time profissional para disputar campeonatos oficiais”, disse José Abreu, desportista e organizador da partida.

O time do Turedjãm entrou em campo com o uniforme completo do Flamengo do Rio de Janeiro. A equipe até que correspondeu em campo, tocando a bola e chegando algumas vezes ao gol adversário, mas não deu para evitar a derrota para o time parauapebense. O que menos importou para a tribo foi o resultado, já que o time começou a desenvolver o esporte, no caso futebol, entre os jovens índios.  

“Gostamos de atuar na natureza. Usar a nossa tradição com os brancos. A nossa intenção é que os jovens indígenas possam aprender o jogo de futebol dos brancos e que eles ajudem o nosso povo para melhor desenvolver o esporte para a nossa tribo. Queremos formar um time de futebol profissional em um futuro bem próximo”, afirmou Tucaresepo, cacique da Tribo Kayapó de Ourilândia do Norte.

O único time que tem registro de profissional no Brasil de etnia indígena é o Gavião Kyikatejê Futebol Clube, da cidade de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do estado do Pará. Atualmente a equipe disputa a Segundinha do Campeonato Paraense e a base do elenco é formada por integrantes da tribo, tendo como o treinador Zeca Gavião, também indígena, que além de comandante é presidente do time.

“O jogo além de um grande entretenimento, é cultura hoje em nosso país e nessa integração entre povos com certeza a cultura indígena tem que vir para dentro da nossa comunidade e com a nossa comunidade tem que está dentro da cultura indígena. Quando você pega um evento desse no modo geral é como se fossemos um só povo . Acho muito importante essa integração social”, falou Francisco de Assis, técnico do Grêmio.

Por Fábio Relvas

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