Três vão sentar no banco dos réus por matar e esquartejar mulher em Marabá

Na semana do Dia Internacional da Mulher, o juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal da comarca de Marabá, deu uma resposta a um dos mais bárbaros crimes de feminicídio praticados em Marabá na última década.

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No dia 8 de maio, às 8h30, Jonair Souza França, Jurivam Souza da Silva e João Batista Ferreira da Silva vão sentar no banco dos réus, acusados do assassinato brutal de Andréia do Nascimento Brígido, crime ocorrido em 17 de dezembro de 2016, em Marabá.

Diante da quantidade de réus e pessoas arroladas para o julgamento, os trabalhos deverão seguir até o dia seguinte, 9 de maio. “Justifico a escolha da data, em razão da complexidade do caso, quantidade de réus e pessoas a serem ouvidas, o que demanda a prática de muitos atos preparatórios por parte da secretaria do juízo, a fim de que a sessão se realize”, disse o magistrado, que também agendou o sorteio dos jurados que deverão comparecer à sessão para o dia 18 deste mês, às 9h30.

Ao todo, foram arroladas 27 testemunhas, sendo 13 de acusação e 14 de defesa.

João Batista Ferreira da Silva foi o primeiro a ser preso pela Polícia Civil, no dia 23 de dezembro de 2016. Ele confessou o crime e também denunciou o marido da vítima, Jonair Souza França, preso no dia 25 do mesmo mês. Ele foi casado com Andreia durante 15 anos e, conforme as investigações, praticou o crime por ciúmes.

Jonair comunicou à Polícia Civil o desaparecimento da companheira, no dia 17 de dezembro. Na ocasião, relatou que a mulher teria ido ver um conjunto de quitinetes na Folha 12, junto de uma pessoa que ele identificou como Tiago, não retornando para casa.

Dois dias depois, no dia 19, suspeitos foram apresentados na delegacia após serem encontrados em posse da moto da mulher desaparecida. Eles foram liberados após comprovarem que haviam adquirido o veículo, mas sem identificação do vendedor.

No dia 20 a Polícia Civil foi informada que um crânio tinha sido encontrado na Folha 11 e imagens de câmeras de segurança que já haviam sido recolhidas foram analisadas, levando ao rosto do primeiro suspeito.

No dia 21 foi constatado que o crânio de fato era de Andreia. A identificação se deu por meio de um prendedor de cabelo encontrado junto da ossada que foi reconhecido por familiares. Na mesma data a Polícia Civil foi à casa de Jonair fazer buscas e encontrou cartas de amor endereçadas à Andreia, mas que não eram de autoria do marido.

No dia 23 os policiais chegaram à João Batista, suspeito de ter feito a a transação da motocicleta da vítima. Nas imediações da casa dele foi encontrado parte do documento de identificação da vítima, que havia sido queimado. Dentro da residência dele foi detectada grande quantidade de manchas de sangue.

A princípio, ele alegou ter sido obrigado por duas pessoas não identificadas a fazer a ocultação dos fragmentos do corpo de Andreia e indicou dois dos locais onde eles poderiam ser encontrados. A polícia então recolheu sacos plásticos contendo restos mortais da vítima em um terreno abandonado na Folha 17 e no lixão localizado na Rodovia BR-230.

Ao ser levado à delegacia, João acabou confessando e relatando detalhes do crime à Polícia Civil. Na noite do dia 25 foi cumprida a prisão preventiva contra o marido da vítima, acusado de ser o mandante.

Ulisses Pompeu – de Marabá