Setembro Amarelo: mês é de conscientização sobre a prevenção ao suicídio

Organização Mundial da Saúde mostra que nove de cada dez mortes por suicídio poderiam ser evitadas. Isso indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas

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O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro). A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa.

De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Serra Dourada em Altamira, Natália Serafim, é muito importante que se fale abertamente sobre o tema, já que ele ainda é um grande tabu na sociedade. “Ainda há muita dificuldade em se abordar o tema, o que é um grande erro. No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde mostram que nove de cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. Isso indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas”, explica.

Segundo Natália, alguns fatores são considerados de risco e fazem com que os profissionais da saúde fiquem mais atentos quando se deparam com esses pacientes. “Entre esses fatores, podemos citar: um transtorno mental subjacente que não foi diagnosticado, um transtorno mental que não vem sendo adequadamente tratado e influência de condições psicossociais passíveis de intervenção”, afirma.

A ajuda, segundo a especialista, é necessária quando a pessoa apresenta sofrimento mental com ou sem comportamentos suicidas, mesmo que sem tentativas de suicido. “O comportamento suicida é definido como todo ato pelo qual um indivíduo causa lesão em si mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo desse ato, que vai de ideias de suicídio, passa por ameaças e parassuicídio (utilização de métodos de baixa letalidade), chegando ao planejamento suicida, tentativas de suicídio e suicídio”, comenta.

Para esses pacientes, Natália Serafim diz que o acompanhamento por profissionais da área da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, é necessário e ele pode ser feito na rede pública de saúde, como nos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS). “Em caso de urgência ou após tentativas de suicídio, deve-se chamar o SAMU. Há também alguns serviços que prestam atendimentos por telefone (CVV, número 188) e aplicativos, como o “Tá tudo bem?”, ressalta.

Ainda segundo a coordenadora do curso de Psicologia da instituição, o apoio e entendimento da família e amigos para o tratamento é fundamental. “São a família e os amigos que muitas vezes serão responsáveis por identificar sinais/sintomas apresentados pelos pacientes e geralmente são eles que levam os pacientes aos atendimentos, até que o quadro melhore. É importante que acolham o sofrimento do paciente, sem julgamentos, e encaminhem o quanto antes para o tratamento”, finaliza.