S11D deve ter capacidade ampliada para 150 milhões de toneladas, prevê Vale

Previsão foi feita nesta terça em conferência do “Após 2020”. Canaã vai assumir posto de maior produtor de minério, com vantagem de custo-benefício sobre Parauapebas.

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Em apresentação divulgada nesta terça-feira (14), a mineradora multinacional Vale considerou a possibilidade de ampliar a capacidade nominal de seu projeto S11D, na Serra Sul de Carajás, para 150 milhões de toneladas por ano após 2020. Atualmente, o projeto instalado em Canaã dos Carajás tem capacidade de 90 milhões de toneladas, ainda não atingida plenamente. Este ano, a mineradora espera produzir 75 milhões de toneladas na Serra Sul. As informações foram publicadas hoje pela Agência Reuters.

O rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), impôs à Vale a leitura e a revisão estratégicas de suas operações de minério de ferro, com vistas à garantia de segurança e à otimização de custos. Segundo a mineradora, a ampliação de S11D vai favorecer a diminuição do uso de barragens de rejeitos, tendo em vista que a mina de Canaã dos Carajás utiliza método a seco.

Ao aumentar a capacidade em Carajás, a Vale também pretende elevar a flexibilidade da empresa em fornecer “produtos premium” ao mercado. A previsão foi divulgada por meio de apresentação em slides pelo recém-nomeado CEO, Eduardo Bartolomeo, em conferência para a chamada previsão de mercado “Após 2020”.

Se a mina de Serra Sul, em Canaã, realmente aumentar sua capacidade para 150 milhões de toneladas por ano, vai empatar com a atual capacidade do conjunto de três minas (N4E, N4W e N5) localizadas na Serra Norte de Carajás, em Parauapebas. Canaã vai ultrapassar Parauapebas em produção mineral, em arrecadação de royalties e em importância estratégica para a Vale, uma vez que o custo-benefício de S11D é imensamente superior ao custo do Projeto Ferro Carajás, em Parauapebas. E a mineradora já visualiza as oportunidades pomposas de S11D desde sua concepção.

Além disso, as atuais minas em exploração em Parauapebas estão em processo de exaustão, com fim previsto de encerramento de atividades até 2034. Há outras jazidas na Serra Norte em Parauapebas (inclusive, a Vale tem processos em órgãos ambientais para as licenças de N1 e N2). Mas o volume medido, provado e provável de minério não duraria mais que oito anos no atual ritmo de extração anual da empresa. Canaã dos Carajás é, sem dúvidas, a bola da vez no raiar da próxima década.