Professores ignoram ordem da Justiça e mantêm greve em Jacundá

Mesmo com a determinação de multa diária que pode variar de R$ 5 mil a R$ 200 mil, a categoria decidiu manter os braços cruzados. Enquanto isso, 10 mil estudantes aguardam o início das aulas!

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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) – Subsede de Jacundá – decidiu, em assembleia geral extraordinária realizada na sexta-feira (22), pela continuidade da greve na educação, contrariando decisão do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), que determinou a paralisação do movimento após invasão ao prédio da Prefeitura Municipal, na quarta-feira (20). O desembargador Roberto Gonçalves de Moura determinou multa fixada em R$ 5.000,00 por dia, até o limite de R$ 200.000,00, em caso de descumprimento da ordem liminar, o que não intimidou a classe dos educadores.

O imbróglio entre Sintepp e Prefeitura de Jacundá se arrasta desde o ano passado, com as partes não chegando a um acordo. De um lado, a categoria de trabalhadores apresentou uma pauta com diversas reivindicações; do outro, o governo afirma que está cumprindo a lei. A greve convocada pelo Sintepp no dia 13 deste mês afetou o início das aulas da rede municipal de ensino, em prejuízo a quase 10 mil estudantes.

Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Estado tomou duas decisões. Uma antes e outra depois da invasão ao prédio da PMJ. Na manhã de quarta-feira (20), a “ação declaratória de abusividade e Ilegalidade de direito de greve”, impetrada pela prefeitura contra o sindicato, teve decisão favorável aos professores. No entanto, o movimento, com o aval da Justiça para seguir de braços cruzados, exagerou na dose e ocupou o prédio administrativo da PMJ, o que provocou uma reformulação da decisão, esta publicada no início da noite de quarta-feira (20).

Diante da nova situação, o mesmo desembargador decretou que a greve tivesse fim e os educadores voltassem ao trabalho, por estarem ”impedindo o acesso e o desenvolvimento das atividades estatais”.

Entretanto, em assembleia extraordinária convocada pelo sindicato, categoria ignorou a ordem judicial e aprovou a continuidade da greve. “A greve continua”, resumiu, em uma única frase, o coordenador Tony Gomes, que comandou a assembleia ocorrida no espaço cultural do sindicato, no início da tarde de sexta-feira.

Em nota, o prefeito Ismael Barbosa reprovou o episódio de invasão ao prédio da Prefeitura Municipal, “impedindo o regular funcionamento dos serviços ali desenvolvidos, instaurando medo e apreensão nos servidores públicos que trabalhavam naquele momento”.

Ismael esclarece, ainda, que está agendada uma reunião entre a coordenação do Sintepp e a secretária de Educação, Leila Barbosa, para o dia 25 deste mês, segunda-feira. Porém, conforme acordado anteriormente, uma pauta deveria ser encaminhada cinco dias antes para a secretária, o que não ocorreu.

“Custa-nos crer que determinados professores municipais tenham em suas práticas, atitudes que mereçam total repúdio da municipalidade, vez que a invasão do prédio da prefeitura é esbulho, crime previsto no Código Penal”, conclui a nota, afirmando que as aulas voltariam a normalidade na sexta-feira (22), mas, com a manutenção da greve, tudo continua parado.