Prefeitura de Parauapebas vai gastar quase R$ 1 milhão com bebês e defuntos

Na “morte e vida severina” da administração de Darci Lermen, R$ 256 mil serão usados com quem vai vir e R$ 721 mil serão desembolsados com quem já foi. O enredo desse “poema dramático” dos recursos públicos é assinado pela Semas.

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Não é novidade para ninguém que os casais de Parauapebas gostam de trabalhar bastante na produção de herdeiros. Tanto é que, embora menos populoso que Marabá, Parauapebas vê nascer, por ano, cerca de 4.300 bebês, enquanto o município vizinho registra média de 4.100. As informações estão nas “Estatísticas do Registro Civil” divulgadas no final do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Agora, a produção de descendentes vai ganhar uma forcinha de R$ 256 mil da Prefeitura de Parauapebas (veja aqui). É que o governo do prefeito Darci Lermen, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), abriu licitação para comprar 360 enxovais para as grávidas carentes do município. Se cada uma delas tiver apenas um filho, a prefeitura vai contemplar, pelo menos, 8% da garotada que está em processo de fabricação em 2019.

A Semas cotou preço dos enxovais em pelo menos três lugares, e o pacote completo variou de R$ 241 mil a R$ 271 mil. Para justificar a necessidade de encomendar os enxovais, a pasta gerida por Jorge Guerreiro argumenta que a pobreza cresceu entre 2017 e 2018 no município, justamente o período de governo de Darci Lermen, com elevação colateral do número de pessoas na miséria, aquelas com renda inferior a R$ 170 — o que está em linha com diversas notícias publicadas pelo Blog, reportando o avanço da pobreza e da miséria em Parauapebas nos últimos dois anos.

De acordo com a Semas, em levantamento realizado no último semestre, a média de solicitação de kit enxoval foi de 30 por mês, daí a licitação ser feita com um número de 360 unidades. A Procuradoria-Geral do Município fez algumas recomendações quanto ao edital do processo, mas este está caminhando à procura de um fornecedor para chamar de seu.

Empacotamento de cadáveres

Assim como nascem muitas crianças, também não é novidade que, anualmente, o município de Parauapebas registre muitas mortes, pelas mais variadas causas — a violência, aliás, tem roubado a cena. Na contagem oficial feita pelo IBGE, que leva em conta óbitos atestados em cartório e com entrada em hospitais, pouco mais de 600 pessoas são sepultadas anualmente na capital do minério.

E uma licitação também de autoria da Semas promete evitar que quem está “indo” dê despesa para quem fica. Vai ser possível partir desta para “outra” e descansar em paz porque o governo Darci Lermen está contratação de mortuária para contemplar, durante um ano, 367 cadáveres, em serviços que abrangem desde os cuidados iniciais até a entrega a domicílio, diretamente no cemitério. Matematicamente, 60% dos defuntos terão direito ao benefício. Custo do serviço? R$ 721 mil (veja aqui). Só para preparação dos cadáveres, incluindo-se as flores artificiais e as velas, a secretaria está disposta a gastar R$ 195 mil.

A Semas justifica que o auxílio-funeral é benefício eventual assegurado pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) e que se constitui em prestação temporária, não contributiva, da assistência social para reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro da família. Dos cofres da secretaria vão sair R$ 977.220,40 para custear a chegada e a partida dos parauapebenses.