Preço salgado de estacionamento afugenta visitantes na Festa Literária de Marabá

Guardar carro e motocicleta no local do evento teve reajuste de 100% de um ano para o outro

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No último sábado, dia 21, iniciou a I Festa Literária de Marabá. O evento está acontecendo no Centro de Convenções Carajás e se estenderá até o próximo domingo, dia 29. Muitas pessoas estão evitando ir à feira porque o preço para guardar o carro no estacionado do local é considerado caro (R$ 10,00 contra os R$ 5,00 praticados no ano passado). E não há distinção entre automóveis e motocicletas: todos têm de pagar o mesmo valor.

Carlos Ribeiro Lima, vendedor, disse que levou a família para visitar os estandes de livros no último domingo e ficou assustado com o preço cobrado na entrada do Centro de Convenções. Na avaliação dele, um evento cultural desse porte, que precisa fomentar a leitura de livros, deveria ter estacionamento liberado (grátis) para atrair mais pessoas. “Desse jeito, a gente vem uma vez e não volta mais. São nove dias de evento e se eu vier quatro vezes terei gasto R$ 40,00 só para deixar o carro parado em um local, sem consumir nenhum litro de combustível”, calcula, dizendo que é um exagero.

A professora Lucileia Cavalcante, da rede municipal de educação, foi de moto para a Festa Literária e levou o sobrinho, Artur, de 10 anos de idade. Na entrada pagou os mesmo 10 reais que Carlos Ribeiro e disse que precisou gastar seu Cred Livro no valor de R$ 150,00 num dia só, para não ter de voltar mais. “Se eu viesse aqui três vezes assistir às programações e comprar livros, já gastaria 20% do Cred Livro. É um absurdo”, desabafa ela.

De fato, no ano passado, o valor do estacionamento era R$ 5,00 e em 12 meses teve reajuste de 100%. Os expositores também reclamam desse valor. Embora eles sejam isentos da taxa. reconhecem que isso afugenta quem deseja ir frequentemente ao local do evento, não apenas para comprar livros, mas para uma experiência de passeio com a família. “A gente não pode reclamar publicamente”, disse um deles, que pediu reserva de seu nome.

Como o Centro de Convenções fica em frente à rodovia federal BR-155, estacionar ali em frente é proibido. As pessoas que deixam seus veículos do lado de fora (em frente ao Hospital Regional) precisam caminhar cerca de 500 metros para chegar ao local da Festa Literária. E, mesmo assim, o estacionamento externo fica lotado.

Algumas semanas antes de a Festa Literária começar, a Secretaria Municipal de Cultura enviou ofício à gestão do Centro de Convenções solicitando isenção do estacionamento para os visitantes do evento durante os nove dias, ou pelo menos que fosse mantido o mesmo valor, o que não foi atendido.

A reportagem do Blog procurou o gerente do Centro de Convenções, Mauro de Souza, para explicar por que o valor do estacionamento subiu 100% de um ano para o outro. Todavia, ele preferiu não se manifestar sobre o assunto.

O Carajás Centro de Convenções “Leonildo Borges Rocha” foi inaugurado no dia 15 de dezembro de 2017 e idealizado para beneficiar as regiões do Carajás e Araguaia com um espaço de incentivo ao turismo e negócios. O empreendimento possui 13 mil m² de área, abrigando quatro grandes blocos modulados, destinados a feiras, grandes shows, espetáculos, convenções e outros.

2 comentários em “Preço salgado de estacionamento afugenta visitantes na Festa Literária de Marabá

  1. Virgílio Ribeiro Responder

    Esse Centro de Convenções de Marabá totalmente construido com dinheiro público , mas totalmente apropriado pelos interesses particulares, assim deixa de cimprir a sua função pública, uma forma legal de pratica de corrupção.

  2. Leandro Burlamaqui Responder

    Quem viaja para fora do Pará sabe que isso é normal em quase todas as cidades do Brasil. Por exemplo, paga-se para visitar o Maracanã, no Rio, paga-se no Cristo Redentor, paga-se no MAN, em S. Paulo, paga-se no Mangal das Garças, em Belém, etc. Ademais, para quem não sabe, foi com o dinheiro arrecadado no estacionamento, na Feira do Livro do ano passado, que administração do Centro de Convenções recuperou tudo o que foi depredado por “civilizados” visitantes.

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