Produção industrial do Pará cai em outubro em relação a mês anterior

Blog investigou que freada na produção de minério de ferro em Parauapebas e Canaã dos Carajás é responsável pela derrocada. Ainda assim, o estado caminha para fechar ano no azul.

Continua depois da publicidade

A atividade do parque industrial paraense pisou no freio em outubro e encolheu 1,8% no comparativo com setembro. E isso mesmo diante de um ano apoteótico para a produção da mineradora multinacional Vale em Carajás, com o crescimento escalonado da extração de minério de ferro no projeto S11D, no município de Canaã dos Carajás. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os números da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) Regional liberados nesta quarta (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Blog buscou entender o balanço negativo, cruzando dados do IBGE com os do Ministério da Economia, e concluiu que a razão para a queda da produtividade do Pará está na performance apresentada por Carajás, região que responde por volume da ordem de milhões de toneladas na produção física estadual. Para começar, a produção de minério de ferro em Parauapebas caiu de 11,42 milhões de toneladas em setembro para 9,72 milhões em outubro. Em Canaã dos Carajás, a baixa foi de 8,38 milhões de toneladas em setembro para 7,76 milhões em outubro.

Numa tradução literal, a diminuição dos embarques de minérios pressionou o pacote geral de produção, mesmo com o crescimento da indústria de bebidas, alimentos, metalurgia e extração de cobre. Por outro lado, quando se compara outubro de 2020 com o mesmo mês de 2019, o Pará registra crescimento de 4,9% e cresce também tímido 0,1% no acumulado de dez meses deste ano, de janeiro a outubro.

Conforme previsto pelo Blog ainda no mês passado, devido aos resultados apresentados até aqui, o Pará deve encerrar 2020 com crescimento na atividade industrial, revertendo todas as perdas registradas durante os períodos mais duros da pandemia de coronavírus. É que, em 12 meses corridos, o estado ainda está negativo em 0,1%, mas é — entre as regiões no vermelho pesquisadas — o que está mais perto de virar o jogo.

Vale lembrar que os números de produção industrial do IBGE não são os mesmos computados pelo Ministério da Economia sobre as exportações de commodities. No entanto, estes podem lançar luz sobre aqueles, uma vez que os dados da balança comercial paraense estão altamente concentrados na indústria de minério de ferro, que também é o carro-chefe da produção industrial paraense.