Pará ainda tem 712 mil analfabetos

Batalhão de iletrados é suficiente para encher três cidades do tamanho de Marabá. Taxa de analfabetismo do estado está estagnada em 8,9%. Belém, por outro lado, tem índice “do Sul”.

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A universalização da educação ainda é desejo e sonho muito distante no Pará. O principal estado da Região Norte encerrou 2019 com 712 mil habitantes sem instrução, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um número de iletrados suficiente para entupir três cidades do tamanho de Marabá, a maior do sudeste paraense. A informação foi levantada pelo Blog do Zé Dudu, que detectou a persistência da taxa de analfabetismo em 8,9%.

O número oficial de analfabetos aumentou 7.000 no ano passado, já que em 2018, segundo o órgão de estatística, o exército de cidadãos que não sabiam ler e escrever era de 705 mil. No final de 2018, a taxa de analfabetismo também era de 8,9%. Hoje, o índice do Pará é o 14º maior do país, melhor apenas que a taxa dos nove estados da Região Nordeste e que a de seus companheiros nortistas Acre (12,2%), Tocantins (10,2%), Amapá (9,9%) e Roraima (9,6%). As menores são divididas por Santa Catarina e Rio Grande do Sul (5,1%) e São Paulo e Rio de Janeiro (5,2%).

Em números absolutos, o volume de analfabetos do Pará é o 9º maior do Brasil, superior até que os 545 mil gaúchos iletrados — e o Rio Grande do Sul é um estado muito mais populoso. O maior batalhão de cidadãos sem instrução escolar está em São Paulo, onde ainda hoje 2,27 milhões de pessoas não sabem assinar o próprio nome ou fazer muito além disso. Em seguida aparecem Bahia (1,85 milhão), Minas Gerais (1,22 milhão), Ceará (1,01 milhão), Pernambuco (991 mil), Maranhão (900 mil), Rio de Janeiro (856 mil) e Paraná (720 mil).

Capitais

Belém apresenta um dos menores índices de analfabetismo do país, só atrás das capitais das regiões Sudeste e Sul. De 2018 para 2019, a taxa da capital do estado caiu de 5,3% para 5%, sendo melhor que os níveis verificados em Brasília e Goiânia, por exemplo, onde a taxa de analfabetismo é de 5,5%. Em números absolutos, Belém ainda possui 70 mil analfabetos — o que daria para erguer uma cidade do tamanho de Itaituba. Mas é menos que em 2018, quando tinha 75 mil.

As metrópoles São Paulo (508 mil), Rio de Janeiro (284 mil), Brasília (155 mil), Fortaleza (144 mil), Salvador (125 mil), Manaus (122 mil) e Belo Horizonte (103 mil) têm os maiores contingentes de iletrados. As menores taxas, entretanto, ficam com Vitória (3,6%), Florianópolis (3,7%), Curitiba (3,8%) e Porto Alegre (4%).