Nem chuva atrapalhou protestos contra a PEC 55

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Por Ulisses Pompeu – de Marabá

Marabá amanheceu nesta sexta-feira (11) embaixo de chuva, mas isso não impediu a mobilização contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55. Servidores federais, estudantes e movimentos sociais partiram do Fórum, localizado no núcleo Cidade Nova, com faixas e cartazes que pediam qualidade da educação pública e a desaprovação da PEC, finalizando a caminhada na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), que atualmente está ocupada pelo movimento estudantil.

De acordo com Cristiano Medina, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAP), o propósito da manifestação é “denunciar as atrocidades neoliberais que se configuram na PEC 241/55”. Segundo ele, a proposta vai privar a classe trabalhadora de direitos, além de prejudicar o investimento em saúde e educação. “Vai reduzir os investimentos das universidades e o problema é que essa não é medida certa. Nós temos um país rico, então é preciso investir nessas áreas, fortalecer o SUS e a educação pública”, exclamou.

O protesto realizado em Marabá segue uma programação nacional de luta contra “a retirada de diretos” da PEC 55 e outras medidas do governo de Michel Temer. As manifestações foram convocadas pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e por outras entidades sindicais. Augusto Severo,servidor federal da Unifesspa e conselheiro regional de psicologia da 10ª região, afirmou que o governo Temer tem promovido “violência social” contra a população brasileira. “Então nós estamos nas ruas hoje, com servidores federais, estaduais, municipais, alunos e os psicólogos do estado do Pará se posicionando contra a votação da proposta de emenda. Entendemos que é uma PEC de morte, de retrocesso, que viola todos os direitos humanos que foram garantidos na constituição de 88”.

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Ele fez questão de ressaltar ainda que, com a aprovação da proposta de emenda do atual governo, todas as classes da sociedade sairão perdendo. Segundo ele o movimento reuniu cerca de 250 a 300 pessoas na sexta (11). O movimento em todo o Brasil é contrário também a Reforma da Previdência, que sobe a idade mínima da aposentadoria para 65 anos, Medida Provisória de Reforma do Ensino Médio e Escola Sem Partido.

Segundo Otávio Tavares de Sousa, representante do Sindicato dos Urbanitários do Pará, em Marabá, além de professores federais, estaduais e municipais, havia também membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do Servimmar (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Marabá) e do sindicato de servidores da saúde do município.

“O grande problema do nosso país é que pega o dinheiro arrecadado no Brasil para pagar dívida interna e externa. Então enquanto o trabalhador produz riqueza, não usufruem dela, enquanto uma minoria o faz. A solução seria taxar as grandes fortunas e não isentar empresas de impostos”, destacou.