Lula e Dilma inauguram eclusas de Tucuruí

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Era por volta das 16 horas desta terça-feira (30), quando a barcaça da Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), levando a bordo o presidente Lula e sua comitiva, realizou a primeira viagem oficial através de uma das eclusas de Tucuruí, inaugurando, assim, um novo tempo de trafegabilidade para o rio Tocantins.

O momento histórico foi registrado pelas lentes de fotógrafos e cinegrafistas de mais de uma dezena de órgãos de imprensa de todo o país e foi testemunhado também pela presidente eleita, Dilma Rousseff, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, o presidente da Cosipar, Luiz Carlos da Costa Monteiro, e ainda os governadores dos estados da Bahia, Sergipe e Tocantins, além de alguns ministros, deputados federais e várias outras autoridades.

A transposição de desnível, na câmara de eclusagem, demorou cerca de meia hora e a comitiva seguiu pelo canal de água até o ponto, na margem esquerda do rio Tocantins, onde uma grande multidão aguardava as autoridades para o descerramento da placa inaugural.

Era por volta das 18h00, quando, sob forte calor, aplausos e muitos gritos de aclamação, o tecido verde que cobria a chapa de metal foi retirado pelo presidente Lula, oficializando a retomada da trafegabilidade do rio.

A solenidade marcou também a assinatura de contrato de financiamento para a expansão do suprimento energético da Ilha de Marajó e a contratação de 39 engenheiros, formados pela Universidade Federal do Pará, para atuar na obra de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

“Esta eclusa só terá sentido se ela significar a melhoria da qualidade de vida dos homens e mulheres que moram neste País”, sentenciou o presidente da República, deixando claro sua preocupação com o papel social da obra.

Para a governadora Ana Júlia Carepa, a inauguração representa “sem exageros, um dos dias mais importantes da história recente do Pará”, um novo capítulo para o transporte e a economia paraenses. “Hoje, nós estamos escrevendo uma nova história nesse Estado”, declarou a governadora, sendo corroborada em seguida pela presidente eleita Dilma Rousseff.

Dilma revelou que ficou impressionada quando viu as comportas da Eclusa 1 se abrirem e se fecharem, demonstrando a grandeza do empreendimento. “É uma obra de engenharia, de fato impressionante”, declarou. E, se referindo à preocupação do presidente Lula com o papel social da obra, acrescentou: “Aqui, se comemora, portanto, uma das maiores obras de engenharia. Mas se comemora também outra questão que é fundamental, a sensibilidade política de um governante”.

Com a retomada da navegabilidade do rio Tocantins, interrompida há quase 30 anos por conta da construção da barragem de Tucuruí, abre-se a possibilidade de aproveitamento hidroviário num trecho que pode se estender do Porto de Vila do Conde, em Barcarena, no Pará, até o estado do Mato Grosso. Essa nova alternativa viária representa a criação no Norte do País de um importante corredor de escoamento, não apenas de minérios, como o que se vê agora, mas, sobretudo, da produção de grãos destinada à exportação.

É o que observa o executivo Luiz Carlos Monteiro, presidente da Cosipar, empresa pioneira na exportação de ferro-gusa através da hidrovia do Tocantins. Para ele, a inauguração das eclusas veio marcar a história do Brasil e do Pará, porque “abre um novo eixo de desenvolvimento para o Estado e também para todo o Norte e Centro-Oeste do País”.

A Cosipar iniciou, ainda em 2006, o transporte hidroviário de sua produção. A conclusão das eclusas era aguardada com muita expectativa pela empresa porque, sem elas, o custo da operação onerava muito. Antes, a carga era transportada em barcaças de Marabá até o lago de Tucuruí e, depois, numa operação chamada transbordo, era transferida para caminhões que levavam o produto até outro comboio posicionado à jusante da barragem, de onde a produção seguia para o porto de Vila do Conde, em Barcarena.

Além de onerosa, a operação também demandava muito tempo. Cada comboio estava levando uma média de 10 dias para carregar em Marabá e descarregar no porto, em Barcarena.

“A gente trabalhou muito pra que essas eclusas fossem finalizadas. Pagamos um preço muito caro pela iniciativa de utilizar a hidrovia sem a conclusão da obra. Ao fazer isso, entretanto, entendemos que demos a nossa contribuição ao meio ambiente, por que adotamos uma alternativa de transporte que vai ajudar a reduzir as emissões de CO2 no País”, justificou o executivo, informando que as eclusas representam uma economia de 25% ao transporte hidroviário feito pela Cosipar até o momento.

Texto: Laércio Ribeiro – Tucuruí
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