Infraestrutura do Hospital Municipal de Parauapebas está em estado terminal

Prefeitura torra R$ 100 milhões com iluminação LED, mas alas do hospital agonizam na escuridão com lâmpadas queimadas. Orçamento prevê R$ 3,08 mi para obras este ano. Será?

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Enquanto a iluminação com lâmpadas de LED é ostentada em Parauapebas como algo inédito e revolucionário pela gestão do prefeito Darci Lermen, embora sem apresentar efetiva melhoria na qualidade de vida da população local, os usuários da rede de saúde pública, notadamente do Hospital Municipal, não têm muito o que celebrar. Pelo contrário.

Pacientes uniram forças a servidores do prédio, principalmente os que trabalham na emergência, fizeram imagens e encaminharam à Reportagem do Blog do Zé Dudu, denunciando as condições precárias e insalubres da estrutura do hospital. Paredes com reboco caindo aos pedaços, assim como portas e sanitários defeituosos, revelam a urgente necessidade de reforma da casa de saúde. Além disso, enquanto são torrados R$ 100 milhões com lâmpadas de LED nas ruas da cidade, em diversas partes do Hospital Municipal as lâmpadas estão queimadas e sem previsão de substituição, condenando profissionais e pessoas doentes ao breu.

Não é demais lembrar que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) tem o segundo maior orçamento entre as secretarias vinculadas à Prefeitura de Parauapebas. Em 2017, a saúde consumiu R$ 217,84 milhões, enquanto no ano passado a mordida foi de R$ 251,31 milhões. Somados os dois anos anteriores aos dois primeiros meses de 2019, em que foram liquidados R$ 44,09 milhões, a Semsa já comandou uma receita superior a meio bilhão de reais, o suficiente para reformar, com luxo, o hospital umas 500 vezes.

O Blog do Zé Dudu consultou a Lei Orçamentária Anual (LOA) e constatou que a Semsa, por meio do Fundo Municipal de Saúde (FMS), tem orçamento de R$ 3,08 milhões para “obras e instalações”. Resta saber se algum centavo desses milhões será utilizado para melhorar as condições da “saúde estrutural” do espaço que deve cuidar da saúde “da nossa gente”.