Ibama dá sinal verde a projeto S11D, da Vale, para expansão do complexo de Carajás

Continua depois da publicidade

O Ibama concedeu a Licença de Operação ao projeto de expansão da Vale do complexo de minério de ferrro de Carajás, no Pará, batizado de S11D. É o maior projeto da história da companhia, orçado em cerca de US$ 16 bilhões. De acordo com documento que acaba de ser publicado no site do instituto, o valor da compensação ambiental do projeto será de R$ 47,6 milhões. A licença é válida por dez anos.

Esse é um dos maiores projetos de modelo “greenfield” (que não parte de nenhuma infraestrutura preexistente) em escala mundial. O projeto teve seu pedido inicial feito em 2006 e ganhou a licença de instalação, quer permitiu o início das obras de infraestrutura, em 2013. A previsão de entrada em operação da mina pela Vale era o segundo semestre deste ano. O S11D terá capacidade de produção de 90 milhões de toneladas por ano, e os investimentos totais são de US$ 14,4 bilhões.

O projeto foi bastante alterado ao longo do tempo para reduzir o impacto na Floresta Nacional de Carajás. Em termos ambientais, o projeto traz inovações de não ter barragens, por não usar volumes significativos de água no seu processo, e reduz o uso de caminhões na mina, como ocorre tradicionalmente em minas do tipo.

A qualidade do minério de ferro ali existente também permitiu, por exemplo, a retirada de instalações de dentro da floresta para fora. Nessa negociação, cerca de 1 mil hectares de floresta foram poupados.

Além disso, foram impostas 16 condicionantes. Entre elas está a garantia de preservação das lagoas Violão e Amedoim. Na Floresta Nacional de Carajás (Flona), onde o S11D será implementado, há 943 espécies de vertebrados. Muitas bebem água nessas lagoas. Sua importância deve-se ao fato de servirem como um reservatório perene para matar a sede da fauna local, num lugar onde boa parte das lagoas some no período seco.

Também ficou determinando que a Vale terá de preservar várias cavernas subterrâneas na Serra da Bocaina para compensar “impactos negativos irreversíveis em 44 cavidades de alta relevância na área do projeto”. Também terá de ser criado uma unidade de conservação na Serra da Bocaina.

Em setembro, a Vale já havia conseguido licença do Ibama para operar o ramal ferroviário que vai escoar minério do projeto S11D. A licença para a mina foi assinada hoje pela presidente do Ibama, Suely Araújo.