Homem está desaparecido na Reserva do Tapirapé, em Marabá, há 16 dias

Buscas foram suspensas, mas mulher apela, em coletiva, para que sejam retomadas. Ela acredita que o marido está vivo

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Giliard Reis Santos, 36 anos, saiu de casa, em Marabá, há cerca de dois meses, na companhia de um homem conhecido como Valdecy, para garimpar ouro na Reserva Biológica do Tapirapé. Desempregado há algum tempo, ele disse à mulher, Neidiane Ribeiro dos Santos Reis, servidora pública federal, que ia tentar ganhar algum dinheiro. Há duas semanas, ela recebeu a notícia de que, no dia 10 deste mês, o marido havia desaparecido na mata. Imediatamente, procurou ajuda para localizar o marido.

O comando do 5º Grupamento Bombeiro Militar (GBM) de imediato destacou uma equipe para realizar as buscas, que começaram no dia 14 e foram suspensas ontem, 25.

Na manhã desta sexta-feira (26), Neidiane, que é servidora da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), concedeu coletiva aos meios de Comunicação locais, para relatar que esperava mais do Corpo de Bombeiros e apelar que as buscas continuem até que Giliard seja localizado.

“Fomos ao Ministério Público, pedimos apoio de políticos e do reitor [da Unifesspa] e temos muita esperança de que ele esteja vivo. Peço à Guarda Florestal e ao Exército que ajudem nas buscas”, apelou ela.

Segundo relataram à mulher os homens que estavam com Giliard, identificados pelos prenomes de Valdecy e Cândido, no último dia 10, por volta das 15h, eles chegaram ao pé de uma serra, onde montaram acampamento. Valdecy saiu para procurar bananas e, quando voltou, Cândido lhe disse que, após ter tomado banho num lago de águas quentes, Giliard se vestiu e subiu a serra, afirmando que iria explorar o local. Nunca mais foi visto.

“Ele subiu sem nada, sem facão, sem faca nem lanterna. Não entende nada de garimpagem, é inexperiente. Está desempregado há muito tempo. Os outros dois não, já fazem isso há algum tempo e são experientes”, afirmou a mulher, contando que os dois homens que acompanhavam o marido dela também estão muito aflitos com o desaparecimento dele.

Indagada se confia neles e na história contada, Neidiane Reis lembrou, que da maneira como eles chegaram, muito preocupados, com Cândido, inclusive, adoentado, é possível confiar: “Eles sempre contam a mesma história, o Cândido é um senhor de 68 anos e chegou muito, debilitado”.

Segundo ela, a equipe destacada para fazer as buscas, além de ser pequena, rastreou um raio de poucos quilômetros e suspendeu a operação sem resultado positivo. Durante a coletiva, amigos, parentes e colegas de trabalho de Neidiane levantaram cartazes com a inscrição “Ele está vivo! Mas está sozinho, com fome, cansado, debilitado. Por favor, não desistam dele. Não parem as buscas”. Ao final, todos se uniram em oração pelo reaparecimento de Giliard Reis Santos.

Comando dos Bombeiros afirma que as buscas envolveram 55 agentes públicos, mas não foram encontrados sinais de Giliard

Ouvido pelo Blog do Zé Dudu o major Átila das Neves Portilho, comandante do 5º GBM, disse que as buscas a Giliard duraram 12 dias e contaram com 10 homens do Corpo de Bombeiros, 40 soldados do Exército e cinco policiais do Graesp (Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Estado do Pará), totalizando 55 agentes públicos, além de ter contado com o apoio da mineradora Vale.

Porém, após quase duas semanas, sem evidência alguma da permanência de Giliard no local, as buscas se tornaram infrutíferas e acabaram não justificando a permanência dos homens na floresta. “É área de mata fechada, floresta nativa, inóspito para o homem. A gente faz as buscas até certo ponto, quando se verifica que existe possibilidade de encontrar, ainda que seja só o corpo. Mas, quando vemos que não está dando resultado, que está desgastando o nosso homem no local, entendemos por encerrar”, justificou o oficial.

Indagado se esse é um protocolo ou um procedimento padrão, o major Portilho explicou que isso depende de cada caso. Disse que a varredura se estendeu a um raio de mais de 5km do local indicado e teve o auxílio de GPS no deslocamento das equipes. Salientou que aquela floresta é extremamente perigosa, com a presença de onças e animais peçonhentos.

Questionado se pretende determinar nova busca, diante do apelo da mulher de Giliard, o comandante do 5º GBM disse que isso vai depender do que Valdecy e Cândido disseram ao serem ouvidos pela Polícia Civil, que está investigando o caso de desaparecimento: “Havendo indícios evidentes, provas, não hipóteses, podemos replanejar a operação”.

Eleutério Gomes – de Marabá

2 comentários em “Homem está desaparecido na Reserva do Tapirapé, em Marabá, há 16 dias

  1. JUAREZ ALVES DA SILVA Responder

    Procuraram de um lado dito pelos companheiros, mas o corpo está do outro lado enterrado, essa nossa polícia civil ‍♂️ três suspeitos esposa e os dois amigos q estavam com o Gilliard, ninguém prestou atenção no serviço na época

  2. Luis Sergio Anders Cavalcante Responder

    Após mais de 20(vinte) dias de intensa procura sem vestígios consideraveis, seria no mínimo, contraproducente colocar mais vidas(bombeiros/exército e demais) em risco para busca aleatória de uma só vida. Essa é a realidade. São profissionais os que se incunbiram na missão. O Maj. Átila tem razão em dar as buscas por encerradas. Atos insanos têm suas consequências. Mesmo, considerando que Giliard seria um expert em sobrevivência. Apesar das evidencias conspirarem contra Giliard, aguarda-se um desfecho positivo para o caso. 03.05.19, Mba.-PA.

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