Hepatite C atinge mais homens do que mulheres em Parauapebas

De 2010 a 2018, foi registrado um total de 45 casos no município. Doença causa lesões no fígado, é silenciosa, tem cura, mas se não for tratada pode evoluir para cirrose e até mesmo câncer.

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Em Parauapebas, 45 casos de hepatite C foram confirmados entre 2010 e 2018. A exemplo do que acontece em todo o País, os homens foram os que mais contraíram a doença, causada pelo vírus VHC, para a qual não existe vacina, tem cura para mais de 90% dos casos, mas que se não for devidamente tratada pode evoluir para cirrose e até mesmo câncer.

Dos casos registrados em Parauapebas, 24 (53,33%) ocorreram em indivíduos do sexo masculino e 21 (46,67%), do sexo feminino. Os dados são do Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Apesar de o número de casos entre homens ser superior, em 2018 observa-se ligeira diminuição da hepatite C em ambos os sexos, quando foram registrados três casos em homens e um caso em mulheres.

Em relação à faixa etária, Parauapebas também se enquadra no que é observado em todo o Brasil: a hepatite C prevalece em pessoas com idade a partir de 40 anos, sendo que a faixa de 50 a 59 anos apresentou um pico significativo em 2015, com quatro casos confirmados. Depois disso, em 2018, foi registrado um caso em cada faixa etária de 30 a 39 anos de idade, de 40 a 49 e de 50 a 59 anos.

Também de forma predominante a hepatite C atinge as pessoas de cor parda: 86,67% dos casos contra 8,89% em pessoas negras. A proporção de casos que apresentaram o campo raça/cor sem preenchimento (em branco) foi de 0%, o que significa melhoria no sistema. As raças amarela e indígena não foram registradas no período.

Entre os que contraíram a doença em Parauapebas, 20 (44,44%) possuíam ensino fundamental incompleto, 14 (31,11%) tinham o ensino médio completo e quatro (4,44%) eram analfabetos.

Quanto à distribuição por bairro, durante todo o período analisado, o Rio Verde aparece com maior número de casos: 8, seguido do bairro União, com sete registros.

Quanto à provável fonte ou mecanismo de infecção, verificou-se que o maior número foi referente ao uso de medicamentos injetáveis (19), seguido de tratamento cirúrgico (17) e de uso de drogas (11). Em 2018, foram registrados 2 casos com provável fonte de infecção por meio de tratamento cirúrgico, e 2 casos por meio de uso de drogas.

Previna-se contra a doença

A hepatite C pode ser transmitida pelo contato sexual e pelo compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, lâminas de barbear, escova de dente e até mesmo por instrumentos de manicure, pedicure, tatuagem e colocação de piercing. A transmissão pode acontecer também por via perinatal (da mãe para filho) – sobretudo durante a gravidez e o parto -, contudo é menos frequente.

São consideradas populações de risco acrescido para a infecção pelo HCV os indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993 e pessoas que usam drogas. Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, em 2017 mais de um milhão de brasileiros tiveram hepatite C.

A doença é silenciosa. A maioria dos portadores de VHC só percebe que está com o vírus quando apresenta um quadro grave de hepatite crônica com risco de desenvolver complicações, como cirrosecâncer no fígado e insuficiência hepática. É quando aparecem sintomas, como mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada (icterícia), dores musculares, perda de peso e muito cansaço.

Para se prevenir contra a hepatite, não utilize drogas injetáveis nem compartilhe objetos de higiene pessoal, como instrumentos que possam conter sangue, como os de manicure e para tatuagem, escova de dente e lâminas de depilar e de barbear; sempre exija agulhas descartáveis quando for fazer exames; só faça sexo com preservativo; e no caso das mulheres que planejam engravidar, precisam fazer teste para saber se é portadora do VHC.

O Ministério da Saúde também recomenda que as pessoas se vacinem contra as hepatites A e B, disponíveis nos postos de saúde.