Grupo Móvel retira 10 trabalhadores de condições análogas à escravidão em Itupiranga

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O Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) realizou operações de combate ao trabalho escravo nos estados do Pará e Maranhão. A ação encerrou no dia 18 de novembro e resultou na retirada de 10 trabalhadores que eram mantidos em condições análogas à escravidão e realizavam atividades de cerqueiro, roçador, vaqueiro e cozinheira.

Em uma fazenda de criação de gado de corte, no município de Itupiranga, Vila Mariquinha (PA), distante aproximadamente 50km da rodovia Transamazônica, a fiscalização constatou que os empregados estavam alojados de forma precária e consumiam água de qualidade duvidosa, de cor escura e com mau cheiro. A água consumida era retirada de uma grota, sem qualquer garantia de qualidade.

O auditor fiscal do Trabalho, Geraldo Fontana, que coordenou a ação, relata que os empregados estavam em dois alojamentos. “Em um deles, uma casa velha, havia seis trabalhadores solteiros e duas famílias, inclusive mulheres e crianças, utilizando o mesmo banheiro. Na casa, em péssimas condições, chovia dentro e animais de criação ficavam embaixo do assoalho, exalando mau cheiro”, conta.

O outro alojamento, onde permanecia um casal “estava em ruínas, com a construção parcialmente destruída, apresentava risco de desmoronamento, próximo a um curral e a agrotóxicos”, conta Geraldo.

Foram aplicados por conta das irregularidades 36 autos de infração, inclusive por falta de fornecimento regular de Equipamento de Proteção Individual (IPI), falta de registro dos empregados e ausência de medidas para garantia e segurança dos trabalhadores.

A ação do GEFM na região da Rodovia Transamazônica durou 10 dias e percorreu além do município de Marabá, São Pedro da Água Boa (MA) e Itupiranga (PA). No decorrer da operação o Grupo Móvel formalizou o registro de 22 trabalhadores. (MTE)