Gaudêncio Torquato: cenários eleitorais

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Vermelho/encarnado
Este cenário é o do PT. Nele, vê-se o partido abocanhando entre 1200/1300 prefeituras das 5.564 existentes no país. Significaria passar à frente do PMDB e, desse modo, garantir a argamassa para a decolagem do avião de 2014, com as maiores bancadas – estaduais e federais – sob o embalo da reeleição da presidente Dilma. Este é o desenho que o PT tentará compor. E mais ainda : sua meta é eleger o maior número de prefeitos nas 200 mais populosas cidades do Brasil. Faz parte da estratégia de prolongar o ciclo petismo/lulismo/dilmismo.

Vermelho/preto
Este é o cenário do PMDB. O desenho que o partido quer ver no país abriga entre 1300/1400 prefeitos. Acha que, por ter, hoje, o maior número de administrações municipais e o maior número de vereadores, pode ambicionar meta mais larga, ou seja, expandir sua base municipalista. Trata-se do partido de maior capilaridade nacional, posição que vem mantendo desde 1986, quando elegeu 21 dos 22 governadores de Estado. Eram os tempos áureos de Sarney e do confisco do boi no pasto. A grande luta do partido será com o PT, que quer desbancá-lo da posição.

Azul/amarelo
Este é o cenário tucano. O PSDB tentará eleger entre 800 a 1000 prefeitos. Conta, para isso, com a força de administrações estaduais nos dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo (Geraldo Alckmin), Minas Gerais (Antonio Anastasia), e em Estados importantes como Paraná (Beto Richa) e Goiás (Marconi Perillo). Lembre-se que MG tem o maior número de municípios do Brasil e o governador Anastasia é bem avaliado. A administração Alckmin também goza de razoável prestígio.

Verde/amarelo/branco
Este é o cenário do PSD de Kassab. Que governa, hoje, cerca de 270 prefeituras, com a migração de prefeitos vindos principalmente do DEM. O PSD já tem 53 deputados Federais e espera ser vitorioso em 500 municípios. O partido pisca de um lado e de outro, ensaiando estabelecer alianças de todos os lados. Seu objetivo é formar uma grande base política. O prefeito é exímio articulador. Conta com governos de Estado (SC, AM) e com políticos influentes. Tenderá a participar da base governista.

Vermelho/amarelo
Este é o cenário do PSB, do governador Eduardo Campos. Espera fazer uns 800 prefeitos, principalmente na região Nordeste, a partir dos Estados de Pernambuco e Paraíba, onde tem as rédeas. Campos sonha com 2014, seja como candidato a presidente da República seja como vice na chapa da presidente Dilma. Pisca com um olho para o tucano Aécio Neves e com outro para Kassab. É um poço de ambições. E aprecia Maquiavel.

Azul/verde/branco
Este é o cenário do DEM. Que foi visivelmente enfraquecido pelo PSD de Kassab. O partido terá o pleito de outubro como um parâmetro para projetar suas estratégias e abrir os horizontes de futuro. Caso perca tempo eleitoral e recursos do Fundo Partidário – ameaça real que sobre ele se projeta – a saída para o DEM seria uma fusão. E o partido com quem começa a abrir conversações é o PMDB. Os dois, juntos, formariam um grande ente com mais de 100 deputados Federais. O DEM quer eleger uma boa bancada de prefeitos, mas seu desempenho será uma incógnita.

* Gaudêncio Torquato é jornalista, consultor de marketing institucional e político, consultor de comunicação organizacional, doutor, livre-docente e professor titular da Universidade de São Paulo e diretor-presidente da GT Marketing e Comunicação. Texto publicado originalmente no site Migalhas.

3 comentários em “Gaudêncio Torquato: cenários eleitorais

  1. Francisco pereira Responder

    Só de imaginar que o PP vive embaixo da saia do PT,em Parauapebas, e aquela Dagma trevisan que vai se candidatar. Fico logo com nojo ,desse partido traidor dos seus ideais.Senhor Roque, faça o que previsto,pois estamos de olho em voçê, e não encoberte os desrespeitos e as humilhações que Dagma faz com os pais de familia deste município e tome cuidado com ela ,pois ela só vai afundar ainda mais o partido.

  2. Afonso Schroeder Responder

    As pesquisas traduzem os acontecidos, mas a grande maioria do povo deste gigante Brasil. deseja mudanças em munícipios que mais parecem eleitores diricionados, pois se situam redutos de eleitores que a mais ou menos vinte anos o mesmo partido detem o poder político, que a meu ver não é bom para o desenvolvimento democratico, pois a alternância no poder político é bem melhor para toda sociedade.

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