Familiares de mulher morta e esquartejada em Marabá inocentam acusado

Mãe e irmãos de Andreia Nascimento Brígido, assassinada há dois anos e quatro meses, garantem que não foi o marido dela, Jonair Sousa Nascimento, que a matou. Ele será julgado em maio

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Acusado de ter encomendado a morte da mulher Andreia do Nascimento Brígido, com quem era casado havia 15 anos, e cujo corpo foi esquartejado, em dezembro de 2016, Jonair Sousa Nascimento senta no banco dos réus, em Marabá, nos dias 8 e 9 de maio próximo. Na última semana, entretanto, o caso ganhou novos contornos quando a familiares da vítima estiveram na 21ª Secional Urbana de Polícia Civil para declarar publicamente, durante coletiva com os meios de Comunicação locais, que o acusado é inocente.

O depoimento mais surpreendente foi da mãe de Andreia Brígido, Maria Lopes Nascimento: “O Jonair, pra mim, é inocente. Porque ele sempre foi um esposo bom pra minha filha. Eu convivi, toda a vida, acompanhando o casamento deles”, disse ela, afirmando ainda que ficou muito triste por causa de uma carta de amor escrita por um homem que dizia ser amante de Andreia, encontrada na casa do casal.  

“As pessoas até me acusam porque eu fico do lado dele. Eu jamais ia ficar do lado de uma pessoa que assassinou a minha filha. Principalmente da forma como fizeram com ela. Então, eu vim aqui hoje para pedir justiça, porque eu sofro pela morte da minha filha, sofro pelo meu genro que está preso inocente”, reafirmou Maria Nascimento, afirmando querer que os verdadeiros culpados sejam encontrados.

Jeová Gonçalves, pai de Jonair, com a voz embargada e os olhos marejados, disse que desde que o filho foi preso a família toda vem sofrendo: “Uma pessoa ficar pesa sem dever, esse tempo todinho, num lugar horrível daquele. Isso não é justo”, lamenta ele, acrescentando que na época do crime não houve investigação: “Chegaram e prenderam e pronto”.

“O meu filho é inocente. Preso há dois anos e quatro meses, o meu filho preso é inocente”, reforçou Eunice Maria Sousa, mãe de Jonair. “Não é justo, meu filho precisa ter liberdade, precisa. Meu filho é inocente como tem Deus no céu”, reafirmou a mulher, chorando.

Francisco José do Nascimento Brígido, irmão de Andreia, gravou um vídeo em que também inocenta o cunhado, conta que acompanhou Jonair nas buscas ao corpo da mulher e reafirma que o acusado não matou a irmã dele.

Uma irmã de Andreia, que não se identificou, também gravou um vídeo em que critica o trabalho da polícia, que, segundo ela, limitou-se a ouvir somente o depoimento do assassino. Ela afirma, ainda, que o suposto amante de Andreia confessou na polícia que a carta encontrada foi escrita por ele, como forma de despedida, pois iria se matar. “Ele [Jonair] nunca foi homem de triscar um dedo nela. É um bom pai, era um ótimo esposo. Era ótimo em tudo”, disse a mulher, reforçando: “Sabemos muito bem que não foi ele. Temos provas. Sim, temos provas”.

Relembre o caso

Em 17 de dezembro de 2016, Jonair Nascimento comunicou à Polícia Civil o desaparecimento de sua mulher, Andreia do Nascimento Brígido, então com 30 anos de idade. Naquele mesmo dia, um crânio humano foi encontrado em um lixão na Folha 11 e identificado como da desaparecida.

No dia 20, com ajuda de amigos, familiares da mulher e de Jonair, a polícia chegou a João Batista Ferreira da Silva, na casa do qual foram encontrados vestígios de sangue e um pedaço do RG de Andreia. Interrogado, ele confessou que matou a mulher e indicou os locais em que havia desovado outras partes do corpo dela.

Na ocasião, o réu confesso disse ter sido contratado por Jonair, por R$ 5 mil, para matar Andreia. Disse, ainda, que, para ajudá-lo no assassinato, contratou Jurivan Souza da Silva, que estava circulando com a moto da mulher morta e também está preso.