Ex-senador Luiz Campos (MDB) é solto e vai responder em liberdade à suspeita de caixa 2

Campos foi preso pela manhã, em uma investigação sobre repasses de R$1,5 milhão da Odebretch para a campanha de 2014 ao governo do Pará

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O ex-senador Luiz Otávio Campos (MDB) teve alvará de soltura, após audiência de custódia na tarde desta quinta (9) em Belém. Campos foi preso temporariamente pela Polícia Federal, em uma investigação sobre suspeita de caixa 2 na campanha de 2014 do atual governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O ex-senador já foi liberado e deve responder ao processo em liberdade.

As investigações apontam que Campos é suspeito de intermediar repasses não contabilizados de R$ 1,5 milhão da Odebrecht para a campanha de Helder. A Polícia Federal informou que foram, ao menos, três repasses de R$500 mil entre setembro e outubro de 2014. Um deles, teria sido feito em um endereço vinculado ao ex-senador.

A defesa de Campos, o advogado Jorge Medeiros, disse que a ação foi desnecessária sem amparo legal de outra prova para o suposto crime. Em nota, o Governo do Pará disse que Helder não é alvo de mandados na operação.

A audiência foi realizada, em sigilo, no cartório da 1ª Zona Eleitoral de Belém. A juíza substituta Andrea Ribeiro ouviu o ex-senador e analisou pedido de revogação da prisão, feito pela defesa do acusado.

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará informou, em nota, que o Ministério Público, autor da ação penal, foi solicitado para manifestação, mas não ofereceu impedimento à soltura do ex-senador.

Campos já foi deputado estadual no Pará. Ele exerceu o cargo de senador pelo então PMDB entre 1998 e 2006. Como senador, foi líder do partido no Senado. Ele também é empresário do ramo de navegação marítima e fluvial. Luiz Otávio já foi alvo de outra operação da PF, em 2017, investigado por propina na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Além de Campos, a PF tenta cumprir mandado de prisão contra outro investigado, no Tocantins, e 6 mandados de busca (3 no Pará, 1 no Tocantins e 2 no Distrito Federal). Os agentes procuram documentos e suspeitos ligados a um desdobramento das investigações da Lava Jato.

Colaboração premiada

A investigação teve início a partir da colaboração premiada feita por dois executivos da empresa Odebrecht na Operação Lava Jato. Eles relataram que a campanha de Helder em 2014 recebeu R$ 1,5 milhão em três repasses da empresa e tudo teria sido intermediado por Campos.

Segundo o depoimento dos executivos, os repasses foram realizados nos meses de setembro e outubro de 2014. Os crimes investigados pela operação são falsidade ideológica eleitoral, que é o crime do caixa dois, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. (G1-PA)