Estudantes ocupam Câmara e exigem parecer contra PEC 55 e acúmulo do lixo em Marabá

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Ulisses Pompeu – de Marabá

Por volta de 11 horas desta terça-feira, 13, um grupo de cerca de 100 estudantes universitários da Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) surpreendeu a todos e entrou batendo tambores e cantando no Plenário da Câmara Municipal de Marabá, paralisando a votação de projetos.

Depois de realizar um protesto musical bastante criativo, os jovens fizeram uma espécie de jogral e anunciaram que estavam ocupando o prédio do Poder Legislativo por tempo indeterminado, até que os vereadores apresentassem por escrito um manifesto contra a PEC 55 e ainda se posicionassem em relação ao acúmulo de lixo pela cidade de Marabá, fato que se agravou há mais de um mês.

O presidente da Câmara, Miguel Gomes Filho, o Miguelito, disse que há várias semanas os vereadores já se posicionaram na tribuna contra a PEC 55, mas os estudantes disseram que querem um documento por escrito e alegaram que não arredariam o pé da Câmara enquanto não recebessem um documento oficial da Câmara com as duas reivindicações. Além disso, sugeriram a cassação do prefeito João Salame.

O vereador Ubirajara Sompré informou em seguida que tinha acabado de falar com o prefeito João Salame e este garantiu, por telefone, que pagou a empresa de coleta de lixo nesta terça-feira e colocou mais 14 caçambas para realizar a coleta de lixo, além das nove que já estavam atuando na cidade.

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Com rostos pintados, os estudantes, em vários momentos, exigiam a saída do presidente Michel Temer, a quem eles consideram um golpista. Enquanto cantavam, chegaram a pedir para quem fosse contra a PEC 55 pulassem juntamente com eles. Alguns vereadores e várias pessoas que estavam no auditório deram pulinhos no ritmo da música, enquanto outros permaneceram sentados.

O presidente Miguel Gomes Filho anunciou que os advogados da Câmara estavam elaborando um documento nos termos solicitados pelos estudantes e que ele seria entregue ainda na manhã desta terça-feira.

Pressionado para deixar um representante dos estudantes usar a tribuna, Miguelito explicou que há um decreto legislativo dos vereadores para não deixar ninguém usar a palavra durante a sessão se não tiver apresentado requerimento com o mínimo de 48 horas de antecedência.

Antes de os vereadores se retirarem do Plenário, os estudantes ocuparam a área dos vereadores e voltaram a cantar, e grande parte dos edis deixaram o auditório. Os estudantes permaneceram no mesmo espaço cantando e falando palavras de ordem.