Documentário feito em Parauapebas é selecionado para Mostra Sesc de Cinema

Produzido numa feira do município pelo videomaker Bruno Cecim, “O Vendedor de Galinha” será exibido na próxima quarta-feira (13), em Belém.

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Muitos moradores de Parauapebas que frequentam a feira do Rio Verde devem conhecer o “Tonho da Galinha”, também chamado de “Velho da Galinha”, um dos primeiros vendedores de galinha caipira na cidade. Pois o “seu” Tonho, ou melhor, Antônio Ferreira da Silva, é um dos personagens do curta-metragem selecionado para a III Mostra Sesc de Cinema – etapa estadual Pará, que será realizado em Belém na próxima semana, entre os dias 12 e 16.

O filme “O Vendedor de Galinha” será exibido dia 13 e foi produzido pelo fotógrafo, videomaker e documentarista Bruno Cecim, que viveu um período em Parauapebas e que agora está de volta a Belém, sua terra natal. “Pensei em filmar o curta ‘O Vendedor de Galinha’ depois de ver essa prática lá na feira em Parauapebas. A forma como isso é feito parece algo medieval, que entendi que deveria ser mostrado. Nesse curta, procurei mostrar a cena do abate cotidiano de uma forma diferente e poética”, conta Bruno Cecim, em entrevista ao Blog do Zé Dudu.

Bruno Cecim

A ideia do documentário, com pouco mais de 8 minutos, também é provocar com cenas fortes uma reflexão sobre o tratamento e as atitudes adotadas em relação aos animais. Em uma fala de um personagem do filme, a reação humana é sintetizada: “Todo mundo gosta de comer, mas nem todo mundo quer ver como ela (a galinha) é preparada”.

Bruno Cecim vê nesse contexto uma contradição humana, que procura mostrar no curta-metragem. Para isso, teve o cuidado de capturar todo o realismo da cena, chocante para quem defende os animais, inclusive aqueles que servem de alimento para o homem. “Optei por filmar com uma câmera bem pequena, uma Gopro, para não chamar muita atenção e não inibir as pessoas em cena”, explica o videomaker, que com o documentário também levanta outra reflexão: os direitos dos animais.

Para produzir o curta, Bruno Cecim teve a contribuição da produtora Brida Pantoja e do designer gráfico Ozéas Fernandes. A trilha sonora precisaria contribuir para a dramatização da história e, assim, foi escolhida a música do compositor e pianista russo Igor Stravinsky. “Ele dá um tom fundamental para a narrativa do ritual que é mostrado”, diz Bruno, para quem Parauapebas e demais municípios da região oferecerem situações e cenários inspiradores para outros filmes.

“São todos muito ricos em cultura, tradições. As paisagens são bem diferentes das que temos, por exemplo, em Belém. As pessoas, como falam, como vivem, a mistura de gente vinda de vários Estados do Brasil, como Maranhão, Goiás, tudo isso criou um celeiro cultural riquíssimo”, define Bruno, que já teve curtas-metragens exibidos na Mostra AudioVisual Paulista e no Cinefest.

Diante desse cenário, o videomaker não descarta a possibilidade de produzir um novo filme em Parauapebas. “Sou muito grato por ter morado em Parauapebas e conhecido bem a região sudeste do Pará. Com certeza, tem muita coisa para se mostrar e pretendo realizar alguns projetos novamente no Pebas”.

Programação do festival

Durante a II Mostra Sesc de Cinema, após cada apresentação haverá debate entre os diretores dos filmes e o público, com mediação de Lorenna Montenegro.

Confira a programação, com início sempre às 18 horas:

12 de novembro

  • Chamando os ventos, de Marcelo Rodrigues
  • A Besta Pop, de Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues e Rafael B. Silva
  • Classificação: 16 anos

Após o debate, show com o grupo Guitarra das Manas.

13 de novembro

  • Josefina, de Zienhe Castro
  • Musa Pagã, de Fillipe Rodrigues  
  • Ano 3000, de Felipe Mendonça
  • O vendedor de galhinhas, de Bruno Cecim
  • Classificação: 14 anos

Após o debate, show de Elder Effe & os Comparsas.

14 de novembro 

  • Dandara, de Lucas Moraga
  • A Luz do Sol, de Edielson Shinohara
  • Manas Kill, de Edielson Shinohara
  • Batalha do Livramento, de Nassif Jordy
  • Classificação: 14 anos

Após o debate, show de Thais Badu.

16 de novembro

  • Nº 7 o filme, de  Fillipe Rodrigues 
  • Tambores Afro Uruguaios, de Naouel Laamiri e Rafael Ferreira
  • Posseidon é cabra, abelha e o movimento dos barcos, de Danielle Fonseca
  • Na rede, de Mateus Moura
  • Classificação: 18 anos

Após o debate, show de Mateus Moura.

Acompanhe o festival pelo site http://www.sesc.com.br/mostradecinema/

Por Hanny Amoras – Correspondente do Blog em Belém

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