Chapa 2 levanta suspeitas sobre contas do Sinseppar

Sindicato afirma que já fez todos os esclarecimentos e vê como “eleitoreiras” as acusações

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Depois de ver a eleição suspensa pela Justiça por força de uma ação movida pela Chapa 3 – A mudança que você precisa, o Sindicato dos Servidores Públicos de Parauapebas (Sinseppar) agora é alvo da Chapa 2 – Responsabilidade e Transparência, que levanta suspeitas sobre a prestação de contas de 2017 da entidade. A prestação de 2018 somente será apresentada em março deste ano.

Encabeçada pela servidora Kerla Dias dos Santos, a Chapa 2 alega que o balanço de 2017, apesar de aprovado em assembleia geral, não apresenta “detalhamento necessário” e nem nota fiscal ou recibo de comprovação das despesas. “Desse modo, deixa margem para muitas dúvidas em relação à aplicação dos recursos provenientes das nossas contribuições que mensalmente são descontadas nos nossos salários”, diz a Chapa 2 em relato enviado ao Blog.

Em 2017, a receita do Sinseppar foi de R$ 1,374 milhão para uma despesa de R$ 1,018 milhão, com aplicações financeiras no Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal de R$ 381,6 mil. E segundo a Chapa os custos administrados “são elevados”. Como exemplo, são citados os valores pago com telefonia e internet, R$ 22,2 mil; com peças, acessórios e suprimentos de informática, R$ 11,2 mil; uniforme, R$ 4,2 mil; e combustível e lubrificantes, R$ 54,8 mil.

“É de conhecimento de todos que os custos com internet e telefonia foram barateados; devemos questionar o porquê dos custos elevados nesta rubrica”, diz a Chapa 2, para a qual também não se justificam os gastos com uniforme: “Supondo que o preço unitário foi de R$ 50,00, teríamos adquirido um total de 85 uniformes, lembrando que vemos apenas 5 membros da diretoria e 3 funcionários fazendo uso dos mesmos”.

Sobre as despesas com combustível, a Chapa 2 leva em consideração que o Sinseppar possui apenas um carro e uma moto modelo Biz para justificar um gasto de quase R$ 55 mil. No balanço, o que mais chama atenção é a despesa na rubrica “Prestação de serviços PF/PJ”, que foi de R$ 58,4 mil. “Não pelo valor em si, mas por não vislumbrar qual despesa estaria disponível para ser incluída aqui, haja vista que todas as despesas relacionadas à entidade sindical já estão descritas de forma individual”, que detalha as despesas descritas, como custas processuais, honorários advocatícios e contábeis, digitalizações e encadernações, material de expediente, publicidade e comunicação, serviço odontológico, material de construção, entre outros.

Ao Blog, Kerla Santos enviou documento para comprovar que, no final de setembro de 2018, requereu ao Sinseppar a prestação de contas do exercício financeiro do ano de 2017, acompanhada dos livros de escrituração contábil digital (ECD) e fiscal (ECF), assim como requereu “detalhamento das receitas e despesas do ano corrente”. Contudo, afirma Kerla Santos, “o sindicato nunca me enviou uma resposta”.

Com a palavra, o Sinseppar

“Eu avalio essa situação puramente eleitoreira. Eles procuram o holofote de uma coisa que já foi discutida, já foi passada”, rebate o vice-presidente do Sinseppar, Carlos Alessander Costa Alves, para questionar o motivo de Kerla Santos somente ter solicitado o detalhamento das receitas e despesas seis meses após a prestação de contas ser aprovada em assembleia ordinária, realizada em 29 de março de 2018.

Kerla Santos participou da assembleia e foi um dos três votos contrários à prestação de contas entre 35 presentes, conforme a lista apresentada ao Blog. “Todos os tópicos apresentados na prestação de contas foram esclarecidos, debatidos, sanados e aprovados pela maioria absoluta, mas por algum motivo ela (Kerla) estava querendo até que, durante a assembleia, fosse conferido nota a nota das despesas sindicais. Só que nós temos um conselho fiscal que já faz essa conferência. E, anteriormente, ninguém nos procurou pra fazer isso e em cima da hora da assembleia pedir isso fica complicado”, justifica o vice-presidente do Sinseppar.

Ainda sobre o requerimento da candidata da Chapa 2, de apresentação dos livros de escrituração contábil digital (ECD) e fiscal (ECF), Carlos Alves frisa que são padrões de contabilidade exigidos apenas de empresas de um determinado porte de movimentação financeira e não para entidades sindicais. “Para entidades ou associações, tais documentos escriturados não são necessários, o que foi esclarecido pra ela (Kerla). Porém, ela está utilizando isso para reacender uma discussão que já foi superada”, critica.

Sobre os gastos com combustível, por exemplo, Carlos Alves assegura que foi esclarecido a Kerla Santos que em 2017 o Sinseppar se envolveu em várias campanhas e mobilizações, como a campanha salarial e o “Fora Temer”. Quanto aos uniformes, não são apenas oito pessoas que usam a vestimenta. “Ela se esquece que todos os delegados e diretores também fazem jus ao uniforme do sindicato, que a gente preconizou ser impecável”, diz o presidente do Sinseppar, acrescentando que o uniforme é completo, com compra de camisa, calça, cinto e sapatos.

Sobre internet e equipamentos de informática, Carlos Alves mostra o que foi adquirido pelo Sinseppar, inclusive câmeras de segurança que servem não apenas para a entidade, mas para as vias próximas ao sindicato.

Carlos Alves considera as divergências “naturais” em qualquer grupo, porém diz estar convencido de que as acusações da Chapa 2 visam, exclusivamente, chamar atenção da imprensa. “Algumas distorções foram sanadas na assembleia, mas por uma questão de mídia, de imprensa, de sensacionalismo, ela está querendo trazer à tona novamente. Essa abordagem dela está indo para um cunho de má-fé eleitoreira, para tentar detonar a instituição”.

1 comentário em “Chapa 2 levanta suspeitas sobre contas do Sinseppar

  1. Anônimo Responder

    Mostre as notas, prove que estão falando a “verdade”…. mostre por exemplo a nota de compra do mobiliário adquirido pelo sindicato… procurem, pesquisem, investiguem … muitas coisas erradas… roubalheira sindical….

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