Caso Dayse: Samaritano é preso pela polícia acusado de feminicídio

Dayse Dyana foi encontrada morta no corredor do prédio onde morava. O marido, Samaritano, alega que foi suicídio.

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Dayse Dyana Sousa e Silva, 36 anos, funcionária pública, foi encontrada morta hoje pela manhã no corredor de fora do condomínio onde morava, no bairro Parque dos Carajás, em Parauapebas. A morte de Dayse deixou em polvorosa as redes sociais do município, já que a irmã da falecida acusa o cunhado, Diógenes Samaritano, 37 anos, funcionário do Departamento de Trânsito do Pará, de tê-la assassinado e jogado o corpo pela janela do prédio, simulando que Dyana teria se suicidado.

Segundo o delegado Gabriel Henrique Alves Costa, um advogado foi quem ligou para a delegacia, quando foi atendido pelo plantonista, anunciando que a esposa de Samaritano teria se suicidado. Todavia, disse o delegado em entrevista ao Blog, alguns fatos estranhos na cena do crime levaram a polícia a suspeitar de Samaritano, já que ele se evadiu do local levando seu filho, menor de idade. Para o delegado, a altura da janela da qual supostamente Dyana teria se jogado é de aproximadamente 4 metros, insuficiente para provocar a morte instantânea da vítima. Na tentativa de ouvir Samaritano para esclarecer alguns fatos sobre a morte da esposa, o delegado Gabriel colocou toda a equipe da 20ª Seccional de Polícia em Parauapebas, inclusive os agentes que estavam de folga, além de pedir apoio à Polícia Militar para localizá-lo.

Em diligência, o delegado Gabriel foi informado que Samaritano estaria em um escritório de advocacia no bairro Cidade Nova. Lá montou campana na porta aguardando que Samaritano saísse. Passados alguns minutos, disse o delegado, um dos advogados saiu e o outro advogado ficou espiando pela janela, fato que confirmou que o suspeito estaria dentro do escritório. Por telefone o delegado falou com o advogado que havia saído do escritório e avisou que iria entrar para conduzir Samaritano para a Depol. Poucos minutos depois o advogado voltou e convidou o delegado para entrar. Dentro do escritório o advogado encontrou Samaritano, que informou que o filho dele estava com parentes. O delegado, então, deu voz de prisão a Samaritano e o conduziu até a delegacia de polícia. Segundo o delegado, no trajeto entre o escritório e a delegacia Samaritano nada disse: “Apenas balançava a cabeça”.

Samaritano já foi condenado pela justiça em razão de maus tratos a esposa. A sentença, que foi publicada no Diário da Justiça do Pará na última sexta-feira, ainda não havia sido cumprida. Nela, Samaritano foi condenado a cumprir medidas cautelares alheias à prisão.

Por ser um funcionário público estadual, Samaritano ficará preso no Quartel da Polícia Militar em Parauapebas até a audiência de custódia, que deve acontecer em breve no Fórum local. Ele ainda não foi ouvido pela polícia, já que o delegado pretende aprofundar as investigações para juntar provas de que a morte de Dayna não foi um suicídio e sim um feminicídio. Ao inquérito devem ser juntadas imagens de câmeras próximas do local, e, ainda, depoimentos da cunhada, de vizinhos e amigos do casal. Segundo o delegado, Samaritano era uma pessoa difícil, que responde a vários boletins de ocorrência por violência doméstica. Ele está à disposição da justiça e vai responder por feminicídio.

A defesa de Samaritano afirma que ele se entregou espontaneamente, mas o delegado Gabriel nega o fato. Para o delegado, Samaritano não comunicou o fato à polícia, não fez o Boletim de Ocorrência e se evadiu do local, o que o mantém como forte suspeito de ter tirado a vida de Dayse.