Canaã e Marabá batem Parauapebas em exportações

Em mês de surto, Marabá chegou a 4º lugar no país pela primeira vez e transações originárias do município dispararam quase 1.000% no comparativo com 2019. Canaã dos Carajás foi o 3º.

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É inédito o que o Ministério da Economia acaba de registrar nesta quarta-feira (4), como resultado da balança comercial de fevereiro: pela primeira vez o Pará emplaca três dos cinco maiores exportadores nacionais; pela primeira vez Marabá ocupa a 4ª posição nacional; e também pela primeira vez a Rainha do Cobre exportou mais que seu filho ilustre e Rei do Minério de Ferro, Parauapebas, 5º lugar no ranking nacional. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.

Em um mês de muitas surpresas, Canaã dos Carajás também reinou absoluto no Pará, ao ser o maior exportador, 3º colocado no país. Se os números do Ministério da Economia estiverem realmente corretos — e vale lembrar que vários meses do ano passado apresentaram dados da balança comercial divulgados com erros pelo Governo Federal —, Canaã também vai receber mais royalties de mineração que Parauapebas no mês que vem.

É que, embora tenha produzido menos minério de ferro que Parauapebas, Canaã conta com o reforço da produção de minério de cobre, outro manancial gerador da tão cobiçada Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). Enquanto Parauapebas embarcou 7,21 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro, somando 494,15 milhões de dólares, Canaã embarcou 5,97 Mt, totalizando 409,06 milhões de dólares. Ainda assim, Canaã também mandou para fora 136,13 mil toneladas de minério de cobre ao custo de 212,68 milhões de dólares, o que ajudou a derrotar seu genitor Parauapebas na disputa pela produção mineral.

Maior crescimento do Brasil

Foi justamente por causa do cobre que o município-avô de Canaã dos Carajás, Marabá, disparou na balança comercial. Maior produtor nacional da commodity, Marabá “surtou” com o embarque de 178,42 mil toneladas do minério, totalizando 492,89 milhões de dólares. As exportações totais originárias do município perfizeram 513,98 milhões de dólares — já que, além de cobre, ele exportou manganês, carnes, entre outras commodities.

No comparativo com fevereiro do ano passado, quando foram transacionados 48,05 milhões de dólares, Marabá elevou as vendas comerciais em 970%, o maior crescimento do Brasil no período. A confirmar esse vigor reportado pelo Ministério da Economia, a prefeitura local só não vai receber mais royalties em abril que a de Parauapebas porque a alíquota incidente sobre o cobre para geração da Cfem é de 2%, enquanto a taxação sobre o minério de ferro subiu, em 2018, para 3,5%.

Além de Canaã, Marabá e Parauapebas, o município de Barcarena, líder nacional na transformação mineral, aparece em 18º lugar, com 157,9 milhões de dólares transacionados. Confira o ranking dos 20 maiores exportadores do Brasil em fevereiro.