Bolsonaro assume presidência diante de 115 mil seguidores

Cerimônia de posse foi marcada pelo maior esquema de segurança jamais visto na Capital Federal e pela quebra de protocolo

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Por volta das 15h30 de ontem, 1º, um comboio com mais de 20 viaturas entre carros blindados e motos, monitorados por helicópteros, e até jatos supersônicos de combate F-5 da FAB, escoltaram o presidente diplomado Jair Messias Bolsonaro, do Palácio do Jaburú, ao longo da Via Presidencial, entre os Palácios do Planalto e da Alvorada para a cerimônia de posse na Praça dos Três Poderes.

O tempo, que estava fechado por uma fina garoa durante toda a manhã, alterou para nublado sem chuva, após o início da tarde, o que acabou sendo decisivo para que o presidente optasse por desfilar em carro aberto, um Rolls Royce preto, presenteado Império britânico há 57 anos, utilizado tradicionalmente no percurso da Esplanada dos Ministérios, nas posses presidenciais, até o edifício do Congresso Nacional, sede do Poder Legislativo nacional.

A mulher do presidente, Michelle Bolsonaro, seguiu em pé ao lado do novo mendatário em todo o percurso. Carlos Bolsonaro, um dos filhos dele, também desfilou ao lado do pai em carro aberto. A presença foi uma espécie de homenagem por seu trabalho durante a campanha eleitoral: Carlos foi um dos responsáveis pela estratégia nas redes sociais.

No Plenárioda Câmara, onde ocorrem as sessões conjuntas do Congresso Nacional, uma sessão extraordinária foi aberta para que o novo presidente prestasse o juramento constitucional ao lado de seu vice, general da rerseva do Exército  Antôno Hamilton Martins Mourão, sendo, em seguida, empossado como o 38º presidente da República Federativa do Brasil, na maior democracia da América Latina.

Após ser empossado pelo presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira, ato testemunhado por políticos com ou sem mandato, chefes de Estado de governos estrangeiros, autoridades de outros poderes e convidados, o novo presidente saiu do edifício do Congresso e passou a tropa em revista, já na condição de Chefe Supremo das Forças Armadas, quando foi homenageado com uma slava de 21 tiros de canhão e saudado por cerca de 115 mil seguidores espalhados pelos gramados da Esplanada dos Ministérios.

Em seu discurso de posse, o novo mandatário afirmou que “libertará definitivamente” o País da corrupção e da submissão ideológica.

Seguiu novamente em carro aberto até o Palácio do Planalto, subiu a rampa, sempre ladeado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, seguido pelo vice-presidente Hamilton Mourão e pela mulher dele, Paula Mourão,  ao encontro do agora ex-presidente Michel Temer e esposa Marcela Temer.

Parlatório

No parlatório, após a troca da faixa presidencial aos som dos gritos de “o capitão chegou”, por parte da grande plateia, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro quebrou o protocolo e falou em Libras (Língua Brasileira de Sinais) aos apoiadores surdos-mudos em frente ao Palácio do Planalto. Ela agradeceu pela saúde do marido e afirmou que os direitos da população surda serão respeitados no novo governo.

O novo presidente disse se colocar diante da Nação no dia em que o “povo começou a se libertar do socialismo” e, ovacionado aos gritos de “mito”, acenou para o público com uma bandeira do Brasil e repetiu as palavras de ordem muito usadas na campanha eleitoral.

“Nossa bandeira jamais será vermelha. Só será se for preciso nosso sangue para mantê-la verde-amarela”, bradou o novo presidente da República.

Após os cumprimentos dos chefes de Estado e representantes de governos estrangeiros, ainda o Palácio do Planalto, o presidente e a primeira-dama se dirigiram ao Palácio do Itamaraty –– sede da Chancelaria e do Ministério das Relações Exteriores ––, por volta das 19h, onde foi oferecido um coquetel aos chefes de Estado e presidentes de outras nações, entre outros convidados.

Por Val-André Mutran – Correspondente em Brasília