Benefícios movimentaram R$ 12 bilhões no Pará em 2019

É uma injeção de dinheiro tão impressionante que deixa em polvorosa os bancos, a quitanda, a padaria e o mercadinho da esquina. Sem aposentados, pensionistas e encostados pelo INSS, comércio quebraria. Em Belém, volume de benefícios foi maior que receita bruta da prefeitura

Continua depois da publicidade

Pelo menos 905 mil paraenses estão na folha de pagamento do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), compondo a segunda maior folha de pagamento do estado, atrás apenas dos trabalhadores que estão na ativa. O RGPS é o regime jurídico que abarca a população em geral, como os trabalhadores com carteira assinada e os contribuintes individuais (empresários e autônomos, por exemplo), desde que contribuam para o regime. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que vasculhou os números, também, por município.

O regime geral despejou no Pará, ao longo de 2019, impressionantes R$ 12,09 bilhões, praticamente metade da receita do Governo do Pará, que arrecadou R$ 29,07 bilhões em valores brutos no ano passado. A capital do estado, Belém, tem praticamente uma cidade de Castanhal inteira só de dependentes do regime. São, ao todo, 196,2 mil beneficiários que movimentaram impressionantes R$ 3,343 bilhões no ano passado. Para se ter ideia da potência desse volume disseminado em aposentadorias e benefícios, entre outros recursos, vale mencionar que a Prefeitura de Belém arrecadou R$ 3,229 bilhões em 2019.

Depois de Belém, Santarém é o município com mais beneficiários: 45,6 mil. A Pérola do Tapajós movimentou R$ 600,08 bilhões em benefícios previdenciários no ano passado – volume de dinheiro relativamente próximo à arrecadação da prefeitura local, R$ 690 milhões. Ananindeua, com 39,6 mil beneficiários e movimento de R$ 562,26 milhões; Marabá, com 28,1 mil beneficiários e R$ 376,9 milhões; e Castanhal, com 23,3 mil beneficiários e R$ 301,16 milhões completam o pelotão dos cinco municípios que mais agitam bancos e comércio com dinheiro de aposentados, pensionistas e encostados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os municípios com menos beneficiários no Pará não somam 200 dependentes do regime geral. São eles Santarém Novo (106), Peixe-Boi (115), Chaves (145) e Bannach (188). Chaves, inclusive, é o que movimenta menos recursos: R$ 985,5 mil.

Dependência de benefícios

Curiosamente, em alguns municípios paraenses há mais pessoas encostadas pelo INSS ou recebendo benefícios que ativos no mercado de trabalho. Em Capanema está a maior taxa de beneficiários pelo total da população. Lá, 28,1% dos cerca de 70 mil habitantes receberam algum benefício da previdência social no ano passado. São, ao todo, 19,4 mil pessoas. O Blog investigou junto ao Ministério da Economia, contudo, que há somente 7.500 trabalhadores formais na ativa. 

A mesma situação se verifica na maior parte dos municípios do estado. E o sudeste do Pará tem cinco dos dez municípios que mais possuem dependentes do regime geral. Conceição do Araguaia (20,2%), São Geraldo do Araguaia (17,5%), Rio Maria (17,4%), Curionópolis (17,3%) e São Domingos do Araguaia (16,8%) se espremem entre Capanema, Igarapé-Açu (26,1%), Mãe do Rio (19,7%), Monte Alegre (16,5%) e Bragança (16,1%). Chaves (0,6%), Peixe-Boi (1,4%), Santarém Novo (1,4%) e Cachoeira do Piriá (2%) têm as menores proporções de dependentes do INSS.

Os maiores valores médios de benefícios pagos mensalmente estão em Belém (R$ 1.420) e Barcarena (R$ 1.335). Na lista dos dez maiores ainda tem Ananindeua (R$ 1.184), Parauapebas (R$ 1.175), Marabá (R$ 1.118) e Altamira (R$ 1.112). Em 94 municípios (65% do total), a média mensal não chega a R$ 1 mil. As mais baixas médias estão em Chaves (R$ 851) e Curuá (R$ 887).

Confira o levantamento completo abaixo: