3º – Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira abre hoje em Marabá

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

Começa na noite desta quarta-feira (12), com a exibição dos filmes “A Pedra Mágica do Homem Invisível” e “Branco Sai, Preto Fica”, no Cine Marrocos – Marabá Pioneira -, a partir das 19 horas, o 3º FIA – Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira. O evento cinematográfico, que nesta edição homenageia o consagrado diretor Jorge Bodanzky, tem o objetivo de debater questões relacionadas às desigualdades de direitos, entre elas, as econômicas, sociais, regionais, de gênero e étnicas.

O FIA, que acontece até o dia 20, além de Marabá, ocorre na Aldeia Mãe Maria, em Belém, Eldorado dos Carajás, São Félix do Xingu, Rondon do Pará, Santana do Araguaia, Xinguara e em Lima e Tarapoto (ambas no Peru).

Durante o 3º FIA, que é promovido pela Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), serão exibidos 15 filmes, entre produções locais, nacionais e internacionais, além de aconteceram debates e rodas de conversa com cineastas.

Na manhã de hoje, durante coletiva para falar sobre o evento, o professor Evandro Medeiros, um dos organizadores e curadores do festival, disse que nos anteriores a temática era a do conflito e da resistência pura, mostrando as contradições e tragédias na região amazônica em consequência dos empreendimentos capitalistas que se instalaram aqui, em especial a partir da década de 1960.

Este ano, porém, segundo ele, os filmes mostram as formas de viver para além dessas consequências. “É muito mais poético porque não apresenta só o lado negativo desses processos, mas mostra como a pessoa sobrevive dentro deles e, apesar deles, e como elas resistem, para mostrar que a vida continua”.

Evandro, afirma que do festival constam filmes nacionais e internacionais que apresentam alternativas às consequências negativas do capitalismo. “Filmes que representam resistência, feitos com a cara e a coragem, com poucos recursos, mas com muito comprometimento político e artístico”.

Amintas Silva Júnior, professor e diretor de Ação Intercultural da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis da Unifesspa, que também participou da coletiva, afirma que a ideia é de que, além de um festival de cinema, o FIA seja uma ação de extensão da universidade, pois apresenta obras que versam sobre a realidade da região de forma mais documental, mais poética.

“Mas também têm uma importância didática enorme. Então a ideia é que os estudantes da universidade também se apropriem desse material como fonte de informação para seus estudos, suas pesquisas”, avalia ele.

Para o ator, diretor e poeta paulista Marcos Fé, um dos convidados para o 3º FIA, é um uma honra participar do festival e é muito importante ter eventos que abordem esses temas.

“Em verdade, é como eles [Evandro e Amintas] falaram. É um cinema de fronteira, é um cinema de resistência, com pouca verba, com pouco recurso, assim como os filmes que são apresentados”, afirma o diretor.

Para ele, se não existem eventos que abordam esses problemas, “a gente não tem lugar para apresentar, e se não tem lugar para apresentar, as pessoas não conhecem o trabalho e não conhecem o assunto e não se discute esses assuntos”.

Confira aqui a programação.